Na terra das vacas a máxima nada se perde, tudo se transforma é levada muito a sério. E por ser assim eu acabo por usar o nariz para saber quando chove.
É que aqui os agricultores horas de cair uma bela chuvada, espalham pelos campos os dejectos das vacas que eles vão acumulando à frente das suas casas. Assim, quando se sente o cheiro pelas ruas, já se sabe que em pouco tempo cai água. E ninguém reclama, pois todos sabem que é para o bem dos campos e da agriculura.
Outro facto interessante é que nós passamos pelas aldeias, que não precisam de estar isoladas no alto da montanha, e encontramos a maior parte das casas com um monte de esterco em frente. Se vamos vistar um amigo agricultor, há sempre a possibilidade de passar ao lado do monte para se entrar em casa. É que aqui as pessoas sabem que é uma coisa natural, necessária. E não há cá vizinhos a reclamar ou leis esquisitas que obriguem os agricultores a terem os animais a mais de 50 metros das casas.
No entanto, as ruas não podem andar todas sujas com dejectos de animais. Se o cavalo ou a cvaca faz da rua a sua casa-de-banho, o dono vai com uma vassoura e uma pá e limpa...
Desculpem lá a conversa escatológica, mas é que estou na varanda e há um certo cheiro no ar. Poderia não falar disto, mas é uma diferença que existe entre a terra das vacas e o jardim à beira mar que, por motivos óbvios, me dá um bocado volta ao estômago mas também fascina, pela naturalidade como as coisas são encaradas.
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