quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Depressão profunda

Hoje estou em baixo, mas meeeeeeesmo em baixo!

A ditadora que eu tenho como chefe envergonhou-me à frente das minhas colegas. Por um momento, eu cheguei a pensar que ela poderia ter alguma razão no que dizia, embora não estivesse a ser correcta no modo como dizia. Afinal... a única pessoa que se portou bem a fazer o trabalho fui eu. Os esquemas dela, assinalados com verde (positivo) só correspondem aos meus dias de trabalho da outra semana. E aquela vaca humilha-me à frente de toda a gente?!?!

Depois são outras coisas de sempre, que não mudam nunca e que não interessam para o caso.

E por fim é uma crónica do Público que a A. partilhou no meu livro das caras. Manifesto de quem ficou. Adorei ler o texto porque ele é verdadeiro (tirando lá uma frase um bocado infeliz sobre agora serem os inteligentes partirem, até parece que há 40 anos era tudo burro!!). Adorei o texto porque sei o que é que ela queria transmitir ao partilhá-lo no meu perfil. Mas estas mesmas razões levaram a ficar ainda mais em baixo.

É que... dê o Mundo as voltas que der... custa mais a quem parte.

Eu fui das que fiquei. Durante anos vi o meu pai chegar e partir (quase 25anos a vê-lo fazer malas). Mais tarde começou a minha mãe (vivemos 14 anos afastadas). E eu fui ficando. Chegou uma altura em que deixei de chorar. E continuei para no cais a ver a noz (a imagem que a autora usa no texto, a casca de noz que serviu de barco para os primeiros portugueses a parirem) dos meus pais a afastar-se.
Entretanto, aconteceu o que os meus pais não desejavam: eu parti. Parti para junto deles. A minha noz acompanha a deles há cinco anos. A minha vida, por causa desse pormenor, está muito mais facilitado. E, mesmo assim, custa-me mais partir do que ver partir. Eu fiquei sozinha no cais, mas sabia onde estava o meu porto de abrigo. Aqui, mesmo com os pais por perto, não navegamos em alto mar, mas em areias movediças...
As pessoas que se conhecem, os sonhos, as expectativas de viver fora... só muito poucos conseguem alcançar isso de forma positiva, de forma plena. Os que não regressam na sua noz, nos dias de hoje, são, na sua maioria, revoltados com o conhecido e não encantados pelo desconhecido.

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