sábado, 21 de novembro de 2015

I've got to be a macho

Andei que tempos à procura da vassoura para varrer a loja. Depois perguntei ao N. (sub-chefe) por ela. Tinha-a emprestado a uma funcionária da loja ao lado. Passado um pouco vem a moça fazer a entrega e eu até lhe peço para não a colocar no sítio, pois não vale a pena. No entanto, com tanto cliente, acabei por deixar a vassoura para mais tarde.
Estava eu assoberbada com tanta clientela, qual não é o meu espanto!, aparece o sub-chefe com a vassoura e deixa-a junto à caixa, sabendo ele que eu  nunca começo a varrer ali... numa de olha já podes varrer, não te esqueças!! que eu até fiz o favor de trazer a vassoura.
Mais tarde, agarrada à vassoura, deixei o meu pensamento voar e apercebi-me que sempre vivi com machistas. Tirando o meu irmão e um amigo meu, nunca vi nenhum homem em Portugal a dizer-me deixa que eu varro. Depois continuei com o exercício mental e quase que não encontrava nenhum ser que salvasse a honra. Lá me lembrei do M. que muito facilmente pegava na vassoura ou na pá quando percebia que o trabalho estava no fim. Claro que muitos outros homens varriam, limpavam nos sítios onde trabalhei. Mas nenhum era o primeiro, de forma espontânea, numa de who cares?!? Eu quero é ir para casa! Havia sempre aquela sombra de vou-fazer-porque-parece-mal-estar-aqui-parado.
É um tanto ou quanto frustrante...

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