sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

aquilo que as palavras não traduzem

Estou no comboio a caminho do trabalho e vou cá a pensar que o turno da tarde não é o que mais aprecio.
A loja fecha às 22h30 e confesso... o fim do dia não é o melhor para trabalhar ali.

Os sem-abrigo aparecem muito por ali. É um bom local para se aquecerem: podem entrar sem pagar e não são obrigados a consumir. Basta fingir que estão a ver o que vão comprar e como a loja é relativamente grande passam quase despercebidos.
No entanto, basta-me estar um pouco atenta e já começo a topá-los. Mesmo com aspecto limpo, há coisas que não nos passam despercebidas... como vagueiam pelo espaço, como olham para as coisas, só para terem para onde olhar...

A mim custa-me sempre ver os sem-abrigo, mas à noite... quando sei que vou para casa para o quentinho e eles vão ficar num canto qualquer da estação de Zurique... Mata-me!!!
Claro que as autoridades podem ajudar, mas quantos não se deixam ajudar?!?
Há ainda aqueles que poderiam voltar para os seus países, mas, por imensas razões, não o fazem. Mesmo que eles queiram ficar na rua... dói sempre, bem fundo e forte e tudo o que não se pode traduzir em palavras de qualquer língua, por mais completa que ela seja!!

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