quinta-feira, 25 de julho de 2013

Há já muito tempo que não ficava tão abalada

Eu tenho a carta de condução há nove anos. Estacionar é uma dor de cabeça, mas tendo em conta que sou capaz de conduzir um mês por ano, eu considero-me uma óptima condutora. Dois ou três meses depois de ter a carta o meu irmão desafiou-me a exceder o limite de velocidade da IP3. Não tinha vontade de perder a carta cometendo uma infracção gratuita, então mandei-o dar uma volta.

E mais ou menos me tenho mantido assim. Respeito os sinais (tirando um stop ao pé de minha casa e uma redução de velocidade numa certa estrada que, naquele sítio é segura e, caso eu reduza aquilo tudo, o carro morre-me na subida), respeito as velocidades, não bebo, se faço viagens longas controlo o carro de ponta a ponta e os momentos de descanso... Para muitos sou uma atadinha, mas eu não quero saber.

Por que raio hei-de eu pagar multas sem necessidade? E por que hei-de eu colocar a minha vida (e a dos outros) em risco?!? Não, recuso-me a abusar da sorte. Um carro pode ser uma arma nas nossas mãos.

Pensando assim, continuo sem perceber por que raio o meu querido pai insiste em ser multado em França, apesar de haver painéis enoooormes a avisar que existem radares por aqui e por ali. Por isso não entendo como é que se ouve que o cantor X morreu, que a fulana Y ficou paraplégica, que a família Z perdeu os filhos na passagem de ano... Não encaixo, não encaixo e não encaixo.

No seguimento disto, ainda encaixo menos a tragédia que ensombrou o dia de São Tiago na Galiza. 190km numa zona de 80?!?! Isso é suicídio...
A notícia deixou-me mesmo atarantada...

2 comentários:

teresa disse...

Foi trágico, Luísa.
No passado século, em 65, (confirmei num blogue dedicado à localidade onde vivi tantos anos) houve um acidente ferroviário trágico aqui

Foi incansável o trabalho dos bombeiros da zona. Os meus pais não podiam deixar de falar no facto, tentando disfarçar, para nos pouparem a nós, crianças, a detalhes. Este da Galiza ultrapassou-o de longe. Por mais que nos possamos solidarizar com as vítimas (mesmo os sobreviventes poderão ficar com o futuro comprometido, com marcas que permanecem), não se consegue imaginar nem de longe os danos que tudo isto causou.

Luísa disse...

Uma tragédia é sempre uma tragédia, Teresa. Passei a minha vida a ouvir falar do acidente de Alcafache, pois a minha mãe conta que ia a sair do hospital com o meu irmão que tinha nascido uns dias antes e o caos estava instalado (e Alcafache não é logo ao lado de Viseu!). E sempre fiquei impressionada.

Mas este caso... além dos números serem já superiores ao de Alcafache é a forma como a coisa se dá.
Quando vi as imagens pensei que o maquinista tinha tido um ataque cardíaco e em vez de pedir socorro ou travar tinha carregado em algo e tinha acelerado (assim como nos filmes). mas quando o vejo nas fotos a sair pelo próprio pé...

Apesar de dizerem que ele às vezes atrasava tinha fotos a mostrar 200km horários e que não ia a mais para não ser multado. E depois... para quem estava preocupado com possíveis mortes (dizem que ele o disse na hora em que saiu do comboio) ficou muito calado de repente...

E por fim, eu pensei que um comboio era em parte como um carro, isto é, que o maquinista tinha que conhecer o caminho. Afinal agora o sistema avisa o maquinista quando se aproxima de curvas, quando deve moderar a velocidade... Posso estar muito enganada, mas acho que este acidente se poderia ter evitado.