sábado, 5 de junho de 2010

I. e a música tradicional portuguesa

Lusitânia Playboys foi o último CD que comprei antes de vir morar para a terra das vacas. Faz agora dois anos. Estava calor. Já sofria de saudades sem ainda ter saído de Lisboa. Nunca fui à Afurada, mas vejo os estendais quando escuto a música. E sinto-me um dos putos que rouba maçãs. Acabei de agarrar a maçã vermelha com veios amarelos e verdes que denunciam a acidez do pomo. Corro com ela na mão. Sim, é uma fuga ao dono do pomar. Mas é também a excitação da conquista.

Ontem tivemos a festa da firma. Fiquei sentada ao lado do I.. Um alemão muito simpático, mas reservado. Durante o jantar perguntou-me se havia música tradicional portuguesa. Um outro comensal falou do fado. Tentei explicar. O fado não é o que mais gosto, logo não sei explicar muito bem. Em alemão ainda mais difícil é.

Amanhã trabalho no turno da manhã. A única coisa que devia estar a fazer neste momento era dormir. Mas por causa da conversa com o I., dei comigo a procurar músicas, a re-ouvir coisas, a re-sentir coisas que eu pensava que estavam na gaveta encravada do fundo.

É Junho, hoje esteve bastante calor. Faz-me falta descer a Av. das Forças Armadas a pé à hora de almoço. O comboio para o Tamariz. A esplanada cheia do Luanda. A Av. de Roma em hora de ponta. A piscina do Areeiro. O Quarteto e o "Big Ben" do cinema Londres. O cheiro das tílias da Av. da Igreja.



E isto que não gosto de fado. Se gostasse, o que mais me faria falta?

Sem comentários: