quarta-feira, 3 de março de 2010

Amigos

Sempre tive umas ideias muito próprias acerca da amizade. Cada uma choca mais do que a outra. But i don't care...

A primeira é que numa amizade há um jogo de interesse. Ninguém é amigo só porque é amigo. Somos amigos porque os outros são nossos amigos, porque os outros são queridos e simpáticos, connosco e com os outros. E por aí fora.


















Outra das minhas "teorias", não sei bem porquê, sempre foi mais difícil de exprimir. Mas agora ando a ler um livro que me deu a citação perfeita para o meu pensamento:

"E acho que o senhor não tem muitos amigos. Eu também não. Não confio nas pessoas que julgam ter muitos amigos. É sinal de que não conhecem os outros."

Não sei se vou gostar do livro, mas só por isto já valeu a pena ter comprado O Jogo do Anjo.

4 comentários:

teresa disse...

A Luísa começa por afirmar que tem ideias muito pessoais sobre a amizade. Posso só acrescentar que quando se tenta ser amigo de quem é desgastante, a amizade não consegue prevalecer, mas será isso sinónimo de se ser interesseiro no que significa de pior? Penso que não, a amizade tem de ser recíproca, não no sentido de esperar retribuições/agradecimentos, mas é para mim linear que só nos sentimos bem com quem não nos «cilindra». A única ideia que tenho e terá eventualmente ligação ao conceito de «interesse» ou mesmo de «egoísmo» é quando (e infelizmente isso já me aconteceu um par de vezes, que me lembre assim de repente) um amigo não viveu muitos anos e subitamente parte. O motivo mais óbvio da tristeza de quem fica é normalmente porque aquela pessoa nos fazia falta e não por se esperar que ainda poderia ter muitos momentos felizes para viver ou ter deixado projectos importantes/bonitos por concretizar.

Luísa disse...

Eu quando digo que é um interesse é isso mesmo o que a Teresa diz. Ninguém tem 'pachorra' para aturar 'chatos', ninguém suporta pessoas que desgastam, ninguém é amigo de quem magoa. Só somos amigos de quem nos faz feliz, nos deixa confortáveis, e por aí fora. O interesse é a nossa felicidade, se não fosse, éramos amigos "só porque sim", e éramos amigos até dos que nos fazem mal. Claro que quando o nosso interesse é satifeito, ou seja, somos felizes com a amizade de alguém, temos a tendência a ser recíprocos e fazemos os outros felizes, satifazemos o interesse do outro.
Eu sei que a palavra interesse é forte, mas nunca consegui usar outra que dê a ideia mais aproximada do meu pensamento de: "Eu sou amiga porque tu és amigo/a e vice-versa.".
Quanto ao egoísmo em relação ao que partiu, também é normal, o ser humano é egoísta mesmo e pensa sempre primeiro em si, com excepção, talvez, para algumas mães, que tendencialmente pensam em primeiro nos filhos (o que nos diferencia uns dos outros, neste campo, é a capacidade de controlar esse egoísmo).

Anónimo disse...

Pois eu não estou de acordo com nenhuma das duas
Amigos, são sempre poucos; muitos, só quer dizer conhecimentos e não amizades.
Amigos são os irmãos que se escolhem e como tal, têm defeitos, são muitas vezes irritantes, mas perdoamos-lhes, porque eles nos perdoam exactamente as mesmas coisas
São excitantes e desafiantes, empurram-nos, obrigam-nos a dar o melhor de nós e nós fazemos o mesmo com eles.
Se não for assim, não se é amigo, é-se talvez um pouco mais do que conhecido, digo eu.

Luísa disse...

Desculpe que lhe diga, Marta, mas, para não concordar com as duas teorias e escrver o que escreveu, não soube ler, nem uma nem outra, especialmente a segunda.

Os amigos superam tudo?!? Mas mesmo tudo? Eu sou muito céptica nesse ponto! Façamos um exercíco:
- Pense numa pessoa de quem não gosta.
- Não gosta porquê?
- Se calhar até dava para ignorar os defeitos e ser amiga dessa pessoa.
- Não? Então é porque não sente INTERESSE nessa pessoa...
É uma teoria complicada, muito difícil de estar a explicar aos bochechos num blog. E note-se que eu não disse que era um dogma. É a minha teoria, é por ela que me rejo. Podia arranjar outra? Se calhar até posso, mas eu também não disse que iria ficar com esta teoria para sempre. Se até o eixo da Terra se moveu com um sismo, acha que uma pessoa não muda?!? Eu sou a primeira a dizer a mim mesma: "Não digas qeu desta água não beberás.", por isso pode acontecer um 'sismo' e a minha teoria cair como um baralho de cartas. Até lá, vou cuidando dela.

Quanto à segunda "teoria", se tivesse lido com mais atenção, iria perceber que o que eu retirei do livro diz exactamente o que a Marta aqui escreveu, só que de outra forma.