domingo, 20 de dezembro de 2009

Mente aberta




















Sempre soube que, dependendo dos intervenientes na situação e o momento, frases como: "Eu sou gay!", "O problema não és tu, sou eu!", "És como uma irmã para mim!", poderiam deixar uma pessoa de boca aberta, numa situação altamente constrangedora, a desejar que se abra um buraco debaixo dos pés... E sempre achei que era mais ou menos capaz de ouvir frases dessas ou outras que provoquem esse tipo de constragimento. Isso era até ontem às 7h da noite...

Eu sei que há mais gente no mundo a defender a teoria, mas eu nunca pensei ouvir da boca de uma jovem de 28 anos que a Humanidade foi criada exactamente como está na Bíblia e que, de certeza, não há evolução dos macacos.
Para quem, ainda na escola primária, já sabia fazer a distinção entre australopithecus e homo-sapiens, ouvir isto... foi pior do que se tivesse ouvido a minha mãe, casada (faz hoje, precisamente, 28 anos) a a dizer: "Filhota! Sou lésbica e vou viver para a Colina do Sol com a tua melhor amiga que também é lésbica.".

Há tempos tínhamos falado de religião, quando eu lhe disse que ligava pouco ou nada à coisa, e ela, concordando comigo, disse que o Inferno não existe. Pois bem... eu mais facilmente acreditaria no Inferno que Nossa Senhora de Fátima mostrou aos videntes, do que me dizerem que todas as teorias de Darwin e afins eram completamente erradas. É que no fim de 28 anos a pensar que sou neta-bisneta-tetaraneta (elevado a 200000) de um macaco... será difícil tirarem-me a ideia da cabeça.

É certo que os suíços são muito sui-generis, mas... nem as freiras, com quem vivi 12 anos, me disseram tal coisa. Até elas, com todas as coisas da Igreja... até elas!!

Eu fiquei tão atrapalhada com a situação que não soube como reagir. E também tento ter a mente aberta para aceitar as opiniões dos outros, mas... está difícil...


Foto: aqui.

Sem comentários: