Os suíços têm uma maneira de ser muito especial... não são efusivos quando vêem o seu melhor amigo, mas são-no quando encontram o animal de estimação; só cumprimentam as pessoas com um aperto de mão, quando cumprimentam; não sorriem muito e por aí além... às vezes nós sentimo-nos desconfortáveis, parece que fizémos alguma coisa errada. No entanto, conseguem mostrar a gratidão e o reconhecimento que têm pelo nosso trabalho de formas muito claras que nos fazem sentir nas nuvens.
Desde que a minha mãe foi operada tenho feito o trabalho dela e tem acontecido de tudo... Algumas das patroas respeitam tanto o trabalho da empregada que arrumam a casa toda antes de saírem para o trabalho... quando chego lá, é só limpar, não tenho que fazer mais nada do que isso. Outras, mal vêem o chão aspirado, já nos ficam gratas e mandam os filhos ficarem muito quietos para podermos limpar o chão com água.
Agora... o que me aconteceu hoje... deixou-me de boca aberta e, ao mesmo tempo, fez-me rir durante um bom bocado. Fui limpar a casa de uma velhota e, quando estava mesmo perto do fim, ela diz-me que tem que sair por uns momentos e aproveita para me perguntar se quero beber um café ou um copo de água.
Mas o incrível veio depois... Quando chegou a casa, na companhia do marido, eu estava a acabar de lavar o chão. Ela não está com meias medidas, descalça-se e manda o marido descalçar-se também. Como o local onde ela tinha os chinelos estava molhado, ela resolveu o assunto de forma rápida e eficaz, foi para a sala de jantar fazer tempo e, pelo caminho, colocou os sapatos na pia de lavar loiça. Sim, isso mesmo, colocou os sapatos no mesmo sítio onde mais tarde iria lavar a loiça do jantar, só porque achava que não devia sujar o que eu tinha acabado de fazer.
Como ela, outras fazem coisas assim, só porque não querem estragar o nosso trabalho. Esta é uma das diferenças, entre a "terra das vacas" e "o jardim à beira mar plantado", que me agrada mais deste lado...
1 comentário:
Adoro o português, em qualquer lugar do mundo que esteja e conheça um compatriota é como se conhecessem à anos.
Quando vemos um amigo que não víamos à algum tempo o sorriso rasga a cara de orelha a orelha, os olhos brilham e nós sentimo-nos "amados".
Porém, devo admitir que a nível profissional devíamos "pegar" nesta
capacidade de civismo que os suiços possuem e fazer dele um exemplo a aplicar nestas terras de Portugal.
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