terça-feira, 30 de julho de 2019

nem sempre sabe bem recordar...

Hoje tive que ir buscar um UM (menor de idade não acompanhado). Ele estava com um tio, mas o próprio tio era menor, por isso tiveram que levar comigo. Sei lá porquê a entrega da bagagem demorou meia eternidade. Nesse tempo fomos rindo e conversando da vida deles. O tio gozava com o sobrinho porque ele disse que queria pedir ao pai 4 notas de 500 euros. Eu brinquei com ele que valia pedir logo de 1000 francos, porque as de euro estavam a desaparecer. E assim foi passando o tempo. Plena risota.

Quando fomos para fora mudou tudo. O miúdo agarra-se ao pai. Encosta a cara à barriga do pai (a boca do miúdo devia chegar ao umbigo) e desata a chorar. Lá tive eu que me segurar. Diz-lhe muitas festas e brinquei com ele não fique assim, aproveita agora para pedir o dinheiro. E o miúdo chorava. E eu segurava as lágrimas. E o miúdo chorava. E lá fugi eu sem olhar bem para o passaporte do pai…

É que aquele abraço chorado de reencontro é coisa que eu conheço de cor e salteado. E apesar de ao fim de uns anos se ter tornado rotina e não haver lágrimas, o nó na garganta nunca se desfez…

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