sábado, 27 de setembro de 2014

Novembro de 2009

A grande tela para os grafitters, aqui na cidade, fica na parede de uma empresa de ferro armado.

De tanto em tanto tempo vão lá pintar aquilo e é um espetáculo digno de se ver.
Eu vou começar por publicar as fotos mais antigas, no caso de 2009. De todos os trabalhos, para mim este foi o melhor de sempre. Pois todo o mural era... uau!

Mas ao colocar as fotos da parede gigante, coloco também as fotos da casa onde eles se reúnem, ou guardam as coisa ou sei lá... Tenho para aí fotos antigas, feitas ainda pela minha mãe. É interessante ver como os anos passam e certas coisas não mudam!





 Aqui fica a sequência dos graffitis e fotografei o camião de propósito, para se ver a escala!

Detalhe da lua onde o ciborgue (?) está. Se não fossem os tijolos... quase que dava para acreditar que era uma foto!


Detalhes de assinaturas e agradecimentos.


E a tal barraca que também vai mudando de cor. Neste sítio não há problemas com infiltrações e bolores... à tinta que tem em cima, nem que chovesse todo o dia, todos os dias do ano...

quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Jona

Há muito tempo que eu sabia que havia duas grandes exposições de abóboras na Suíça. Mas como Jona fica muito longe (noutro cantão, inclusivamente) acabo sempre por ver mais perto de casa.

Este ano proporcionou-se eu poder passar lá. Ainda quero ver se vou ver a exposição em Seegräben, mas até lá fica aqui o tema do Mar. :)

 Algumas estátuas estavam atrás de redes, por isso não ficaram muito bem fotografadas (ou era assim ou era com rede no meio).


O carro faz anúncio ao dia da pesagem de abóboras que será lá para Outubro. 
Esta é uma das casa aproveitadas para servir refeições, para mim serviu para fugir da chuva.
Eu acho que quem fez esta baleia devia ser daltónico... então não é que chama a isto de baleia azul e usam abóboras verdes?!?!?!
Duas fotos bem literárias... a Ariel e quase de certeza que é numa destas cabaças que  a velhota vai fugir ao lobo.. :D
O polvo da entrada era mais magrinho que isto...  



 
Esta gente para fazer dinheiro... agora arranjam-se umas coisas eu facilitam a nossa vida a construir as abóboras de Halloween. Pernas, braços, olhos, bocas fluorescentes, olhos arregalados... tudo para ajudar os menos hábeis... :D

 
A segunda abóbora não tem a cara artificial. Ao que parece, foi o melhor escultor de abóboras que as fez..

 
 A mais pequena da festa (que eu visse) e o carpinteiro desajeitado.
 
 
Acidentes de trabalho só acontecem a quem trabalha, quem não trabalha... leva um raspanete do patrão... :D


 Por fim, um cantinho do lago de Zurique, mas já no cantão St. Gallen. Foi a primeira a ser feita e mostra  o contraste de menos de duas horas: Sol radioso versus chuva torrencial e um céu bem cinzentão. Aquilo é que foi fugir da chuva... ninguém respeitava a proibição de circular com o carro, ninguém quis saber se tinha pago parque e já não o estava a usar...

A ver se tenho mais sorte na outra exposição que tem o tema Céu ou Vôo ou algo do género...

terça-feira, 23 de setembro de 2014

A cor dos dias que supostamente seriam cinzentos

Pronto... o facto de eu ter ser despedida depois de me ter despedido é tãããããããão estranho que hoje no centro de emprego a mulher responsável pelo meu processo até a um advogado telefonou. Uma pequena nuance faz com que a grande vaca possa ter-me despedido, mas... who cares?!!? estou registada no centro de emprego, vou de férias no sábado, com autorização da  conselheira do centro de emprego e já não tenho que aturar aquela parvalhona que é tão superficial que resolveu operar os olhos porque não consegue colocar-lhe maquilhagem...

Adeus demónio! Espera pela minha resposta que, mesmo que tarde, há-de chegar!!!

Além disso tudo, o vagar permite-me andar pela cidade a deambular e a tirar fotos a grafitis. Uns que foram feitos há buéééééé, outros que estavam a ser feitos... há de tudo como na farmácia.

Hoje ficam só os que estão feitos em paredes perto do centro de emprego cá da cidade. Já que hoje foi dia de sessão com a conselheira, também é dia de sessão grafiteira por estas bandas... :D :p
(a primeira foto não é um grafiti, mas sim uma obra de arte que está numa parede há muito tempo. algum animal resolveu arrancar-lhe a faca... não é só nos outros países que se destroem coisas!)


Um Moby Dick muito à frente!

A isto se chama work in progress. Acho que devia fazer parte de um certame de grafitis que se passou cá na cidade há coisa de uma semana e pouco. A foto foi tirada a 9 de Setembro.

Este grafiti vê-se muito bem quando se vai no comboio. Foi feito na zona onde em tempos existiram grande fábricas de... siderurgia. Agora são lojas, escritórios, uma faculdade de arquitectura, apartamentos... Tudo forrado no dito tijolo burro, mas em vez de ser burro, é branco. Eu gosto muito deste grafiti: a contemporaneidade perpetua a história da cidade.

E esta foi feita hoje, onde se vê o trabalho final e se percebe a escala do mesmo, basta comparar com os carros.



quarta-feira, 10 de setembro de 2014

O vagar faz colheres de pau

ou pelo menos permite-nos pensar nas coisas com mais calma. Nem que seja nas coisas menos importantes e nas mais parvas... :D

Fui aos correios pagar umas contas e enquanto esperava pus-me a estudar o andamento da empregada e da cliente da caixa 1.

A cliente era um tanto ou quanto chata com perguntas parvas. E deveras mal-educada pois estava a tratar  a moça por tu. E ainda se revelou pior porque estava a falar dialecto com a empregada que vem da parte francesa. Primeiro apercebi-me pelo sotaque dela. Depois olhei para o balcão e dizia que aquela empregada vinha da Westschweiz (Suíça ocidental) para aprender a língua. (Adoro estes intercâmbios que parece que mudamos de país, mas não há questões alfandegárias...).

No entanto o que me fez fixar-me quase obsessivamente naquele balcão foi a empregada. Ela tinha um penteado muito do estilo da Heather Small. Eu pergunto-me como é que aquele donut é montado na cabeça de uma pessoa, mas o que me intriga mesmo é: como é que aquela coisa é desfeita sem tornar uma cabeça humana num ninho de pássaros?!?!?

Eu bem que tentava afastar o olhar daquela bizarrice. Convenhamos ela tinha um pão-de-ló na cabeça, uma espécie de segunda cabeça peluda em cima da própria cabeça... de tão grande que era a coisa.
Mas como com qualquer bizarrice... nós não conseguimos despegar os olhos... Pus-me a pensar que aquilo era demasiado até para uma suíça. Quando finalmente lhe ouvi o sotaque francês e, por isso, olhei para o tal panfleto informativo sobre a origem da moça e clear as water... a moçoila dava pelo nome M. dos Santos.

Eu sempre achei o penteado da vocalista do M People um bocado estranho. MAs como é no mundo das artes. Agora uma funcionária dos correios?!?!? Aquele penteado não dá para levar a pessoa muito a sério... (e, já agora, não podia ser de outra origem?!?)


M People, Search for the hero

segunda-feira, 8 de setembro de 2014

Da cabra que diz palavrões

(eu sou cabra, digo palavrºoes de vez em quando, mas não é em mim que este está focado)


- Está despedido.
- Não, eu é que me despeço!

Toda a gente já leu a brincadeira num livro, viu num filme... Comigo, que sou especial, aconteceu no sentido contrário.

No final do mês passado, mandei a carta de despedimento. Segundo o meu contrato, eu tinha até Sexta-feira passada a possibilidade de me despedir com uma semana de antecedência. A partir de hoje já seria um mês dado à casa. Assim, para não me chatear e como só queria ficar até ao fim do mês resolvi mandar a carta no fim de Agosto. Assim, não arranjava problemas para mim e dava tempo à cabra da minha chefe para se organizar.

Na Sexta-feira passada fui até Colónia. A S. casou e convidou-me para a festa que seria no Sábado. Como ela fica relativamente perto de Colónia, resolvi ir de véspera e ver mais uma cidade. Sabe sempre bem sair e ir conhecer algo mais (e aquela catedral... uau!). Meti-me no avião até Düsseldorf. Depois no comboio até à terra da Eau de Cologne... Já perto do destino recebo uma mensagem (depois de uma chamada perdida) do moço responsável pelo meu processo na empresa de trabalho temporário. Tinha que lhe telefonar com urgência. Saí do comboio e ainda no cais liguei-lhe.
A cabra da minha chefe tinha-me dispensado.

Eu fiquei em choque. Está uma pessoa a chegar a um sítio lindo e apanha uma daquelas?!?!?
Um dos argumentos dela para me despedir: eu não tinha avisado que me ia embora. MEN-TI-RA!!!! Eu não ando no infantário. Apesar de ser meia esgroviada, sei muito bem cumprir os meus deveres e obrigações.

Mas ela é esperta. Despediu-me no limite, anulando a minha carta de despedimento anterior (está dentro da lei). Sabendo que eu estaria longe para vir cá resmungar. Sim, porque se eu estivesse em Estugarda, teria vindo de novo à Suíça fazer uma cena. Mas já Colónia... um bocadichito mais longe...

Hoje fui à loja. Entreguei a chave, o uniforme, o crachá. Copiei as minhas horas de trabalho para controlo posterior, recolhi as minhas gorjetas e levei o chip das horas para o escritório da firma de temporários. Não fiz escândalo, não perguntei porquê (ela iria arranjar 1000 argumentos falsos que me iriam tirar do sério, assim... melhor nem perguntar). Despedi-me das minhas colegas com muito carinho e a ela atirei-lhe com um "adeus" bem seco. Se ela estava à espera de outra reacção (que me pareceu que estava), enganou-se...

Deu-me pena (ao mesmo tempo que me encheu de orgulho) ver a A. a chorar por mim. Eu não vou para a guerra. Simplesmente fui despedida. Mas sei que, uma vez mais, marquei alguém pela positiva.

No entanto, nesta história toda as coisas só correm a meu favor. Sendo despedida, é-me muuuuuuuuuuuuuuito mais fácil receber o fundo de desemprego. Depois, eu até queria estar o próximo fim-de-semana na santa terrinha, mas como sabia que a cabra não tem empregados que cheguem, não lhe pedi folga. Afinal... agora só tenho que decidir se vou na Sexta ou no Sábado...

Além disso, ela só arranja mais corda para se enforcar. É que daqui a um mês e pouco... ela vai-se arrepender de me ter conhecido e, finalmente, vai perceber que os portugueses NÃO são todos iguais!
Há os que são uns panhonhas e dizem foda-se (como ela gostava de dizer) e há os que são simplesmente fodidos de aturar... 

quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Montagsdemonstrationen

Amanhã parto para Düsseldorf. Com um desvio por Colónia, vou ao casamento da S.. Bolas! Ela foi-se embora há dias e já se vai casar?!?! Estou a ficar velha...

Mas, como disse, aproveito para ir a Köln e ficar a conhecer a catedral deles. Aquilo deve ser um assombro!! Para isso, tenho que me preparar bem e estudar as previsões meteorológicas faz parte.

Quando cheguei ao Google para ver como estava a zona da antiga capital da Alemanha Federal, apanho com um pedaço de história da antiga Alemanha Democrática...

Era o princípio do fim... está quase a fazer 25 anos que caiu o muro. E as Demonstrações das Segundas-feiras ajudaram nisso.

quarta-feira, 3 de setembro de 2014

Cabras aos pares

Eles é crianças que matam os instrutores de tiro, eles é massacres em massa. E depois nós, Europeus atrasados (aos olhos deles, é claro) perguntamo-nos: Porquê?! Como?! Easy answer: eles não batem bem da bola e fazem com que os filhos continuem a não bater bem da bola...

Segundo a lei suíça, menores de 16 anos não podem comprar álcool e cigarros. Sempre soube disso, mas na loja foi-me dito que deveria ter muita atenção ao assunto, pois poderia ir até aos 10000 (sim, 10 mil) francos. Quando fui para o supermercado tive que reaprender uma coisa: aquela cadeia de supermercados, por fazer os preços bem baixos, não pode vender álcool ou cigarros a menores de 18 anos. É uma forma de minimizar o consumo excessivo desses produtos.
Esse controlo era feito de forma muito simples: com o código de barras. No fim de o passarmos pelo laser aparecia a pergunta sobre a idade e mesmo que quiséssemos saltar a pergunta, não conseguíamos fazer mais nenhuma leitura até dar uma resposta. Quando eram menores de 18 anos, lá tinha que vir o chefe cancelar a leitura do artigo...

Um dia fiquei espantada por perceber que a sobremesa tiramisu também tinha controlo de idade. Aquilo tem tão pouco álcool dentro. Mas se a regra era assim... eu só tinha que fazer o que me mandavam e explicar aos clientes.

Depois que fui para a gelataria fiz nova actualização. Foi-me dito que ali se poderia vender álcool a partir dos 16 anos. A cabra fez uma ressalva para a existência de álcool nos gelados (entre eles o gelado de tiramisu), mas como não explicou nada mais, eu parti do pressuposto que era como no supermercado: abaixo dos 16 anos, menores de idade desacompanhados, não têm direito a álcool, seja ele de que forma for. Até hoje!!!

Chega-me um meia leca à loja a pedir duas bolas de tiramisu. Eu disse-lhe que não, explicando porquê, pedi-lhe desculpas e mandei-o à vida dele, se não queria outra alternativa.

O cliente a seguir, homem acima dos 40anos, em brincadeira pergunta-me se tem idade para comer tiramisu. Eu brinquei com ele e disse que escapava por um triz. E continuámos a falar sobre o tema e ele deu-me toda a razão, que me compreendia, pois ele mesmo trabalhava na área de restauração e sabe como funcionam as coisas.

Estava eu muito bem e aparece-me de novo a criança e a louca da mãe da criança.  Num alemão correcto mas com sotaque americano, diz-me ela aos berros: O meu filho vem aqui há quatro anos, duas vezes por semana e compra sempre tiramisu e só você é que diz que é proibido. Eu apontei-lhe para a folha informativa que nos é dada pela câmara municipal e tem que ser afixada onde se possa ler. Não quero saber, só você é que fez isso. Porquê? Eu não lhe quis dizer a razão: só eu é que faço porque NINGUÉM (incluindo a cabra da chefe) quer saber das regras. Mas ela fez uma peixeirada que eu fui chamar a chefe e deixei que elas se entendessem. Mas frisei: se o seu filho vier cá amanhã eu faço-lhe o mesmo. A lei que conheço é esta e eu não quero problemas.
É que convenhamos.... 10000 francos (mais ser presente a um juiz) é uma multa muito pesada para pagar por causa de umas bolas de gelado. E eu recuso-me pagar isso. E sei que se eu fosse apanhada, a cabra da chefe seria mais rápida que Pilatos a lavar as patas dela...

A chefe tentou pôr panos quentes, mas a chanfrada foi embora a deitar fumo pelas narinas. E eu... pouco me lixando. Eu expliquei os meus conhecimentos e as minhas experiências à chefe, acrescentando que passo a vender tiramisu no dia em que ela me dê ordem para isso, mas a partir daí... ela paga as multas. E a resposta dela foi: ah tenho que ir esclarecer isso com o D. [o chefe dela]. What?!?!? Ela não sabe a legislação?!?!? Mas que raio de responsável de loja é ela?!?!

Nos entretantos ela lá foi procurar a legislação para a net. E parece que há um regime de excepção para sobremesas. O que mesmo assim não me garante nada, pois mesmo sendo sobremesas há uma percentagem de teor alcoólico, que eu não sei se o gelado de tiramisu respeita. Assim sendo,  lamento... eu continuo a ter razão... eu não fui/não estou devidamente informada e a mãe contestou só porque sim e não por conhecimento de lei alguma.

Isto é ridículo...

A chefe não sabe a legislação, não a explica aos empregados. Eu sigo pelas regras que conheço/experiências que tive e apanho com uma mãe perturbada porque o atrasado do filho não recebeu duas bolas de gelado? E ainda acrescentou: come duas ou três ou até a caixa toda.

Isto é uma formação do caraças... Mimar o menino que é um atraso de vida (eu daquele tamanho já tinha capacidade de argumentar sozinha, sem precisar da mamã). Fazer um espectáculo deplorável. Contestar uma coisa só porque sim, só porque os outros não fizeram. E ainda diz ao menino que pode comer tudo o que quiser. Oh americana de meia tigela, se os outros não fazem, não quer dizer que estejam todos certos! O facto de os outros fazerem segundo as regras não quer dizer que não seja por pura preguiça de se questionarem e/ou tentarem seguir as regras mais conhecidas.

 Agora... ainda se admiram por que raio é que os miúdos matam instrutores de tiro?!?! Eles fazem o que querem, porque querem, quando querem e com a conivência dos pais. Pais e filhos não aguentam um não como resposta. Pais enchem crianças de açúcar e álcool... ainda que seja pouco, quatro bolas por semana, durante quatro anos?!?!?!?!?... o puto deve ter uns 10 anos... por isso... façam contas...


Mas sabem o que me lixa mesmo?!? A cabra de merda da minha chefe mandou-me para casa mais cedo. O F. estava cheio de dores, queria ir mais cedo para casa e ela não o mandou, já a mim... rua.

Ela é como as crianças do infantário: num me deixas bincar com o teu brinquedo? atão já num xou mais tua amiga.
Mas comigo... 'tá lixada! Porque se eu fiquei aborrecida hoje, ela dentro de um mês e pouco vai amaldiçoar o dia em que se cruzou na minha vida!