domingo, 2 de novembro de 2014

A dor da injustiça

Há praticamente dois anos que tenho que tomar as injecções. Por vezes pergunto-me se serve de alguma coisa, já que novas crises têm aparecido, mas... como os efeitos secundários imediatos se estão a tornar cada vez mais fracos, tenho tolerado o facto de as injecções me condicionarem imeeeeeeeeenso as férias.
Só que hoje... hoje eu chorei de dor como não chorava há anos! Nunca em toda a minha vida eu tive uma dor tão má, tão forte, tão profunda como a que tive hoje ao injectar o interferão da semana. Há quase uma hora e porra da perna ainda me dói!!!

Já aqui desabafei antes sobre o momento de solidão e tristeza que é o tempo de me injectar. Mas hoje revoltei-me. E por mais incrível que pareça, não foi com a doença que me revoltei. Foi com as pessoas. Algumas pessoas com o passar do tempo parecem duvidar que eu tenha alguma doença. Como disse antes, não quero ser a coitadinha, mas acharem que eu inventei esta doença...

Pensam o quê? Que eu tenho prazer em ter as pernas todas roxas depois de cada injecção? Que eu adoro a sensação de ressaca com gripe (foi a melhor definição que encontrei para explicar o dia seguinte)?

Ou será que por eu não ter uma perna partida, um braço ao peito já não estou doente? Quantas doenças há que não se vêem?!?!?

Ou ainda, como eu decidi enfrentar a vida de frente e (tentar) não ir abaixo significa que não estou doente?!? Será que devia ter feito o que um colega meu me recomendou?!?! Será que eu deveria, como ele me disse, tentar sacar uma pensão, quando ainda sou capaz de pagar o meu sustento?

Há já um tempo que me sentia um bocado frustrada por me aperceber que as pessoas pensam que estou a fazer cena. Mas depois de uma dor destas... a raiva subiu cá acima...

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