sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Um sintoma de velhice!

Hoje dei comigo a ler um recado de amor de uma adolescente. Foi sem querer. São aquelas coisas que nos caem nas mãos, à mistura com outras papeladas, e acabamos por ler.
Ela lamentava-se dos seus fantasmas. E o meu primeiro pensamento foi: mas que fantasmas pode ter uma miúda de 15 ou 16 anos?

No microssegundo seguinte recriminei-me. Nos meus 16 anos o mundo era grande demais, a vida insuportável demais. Só eu tinha fantasmas e todos estavam contra mim. Isso ou as hormonas que quase me queimaram os neurónios...

E depois apanhei um susto. Assustei-me porque, por momentos, me esqueci do que foi ter 15 e 16 anos. Se nos esquecermos não podemos compreender as atitudes dos miúdos e não conseguimos lidar com eles e com os seus microfantasmas que estão aumentados pelo telescópio chamado adolescência.

Logo eu que passo o tempo a dizer que não nos podemos esquecer das coisas para não cometermos os mesmos erros e para compreendermos os outros... shame on me!

quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Que cambada mais rasca!!!

Eu detesto o meu trabalho. Não o trabalho em si, que até um macaco o faria de tão simples que é. Mas as palhaçadas que nos são exigidas e que na realidade não são postas em prática, as minhoquices que nos fazem perder tempo precioso para outras coisas, chefes metidos a besta (a coisa tem piorado com o chefe-número-dois).
Mas o que me aborrece de morte é o crime, a imoralidade, o pecado que se comete tooooooodos os dias naquela casa: desperdício de comida.

Há produtos que têm que ser tirados das prateleiras dois meses antes do fim da data de validade expirar. Sabem o que lhes acontece nesses dois meses?!?! Não, não são postos à venda com desconto. Não, não vão para a Caritas. Não, não são oferecidos aos funcionários. Sim, vão para o lixo.

Anteontem deitei mais de 60 litros de água engarrafada fora. Num tempo em que desperdiçar água é quase crime, aqueles otários deitam água fora. E sabem porquê? Não é porque a data de validade está a chegar daqui a dois meses. Eu deitei fora mais de 60 litros de água cuja validade expira em 2014 só porque os clientes vão e abrem as embalagens de seis e havia muita garrafas "à solta". SIIIIIIIM! Eu trabalho para um bando de criminosos. Numa época de seca em Portugal onde tudo arde, numa época que é mais que sabido que em África as crianças morrem à sede, que em países do Oriente ou da América Latina a água salubre não é acessível a todas as casas... a gaja do escritório que passa pela loja de vez em quando manda-nos fazer isto... mesmo com os funcionários a dizerem para as deixarem num cesto à parte, de modo a que os clientes não abrissem mais pacotes... a ideia de merda (não há outra palavra) foi para a frente.

E ainda não contei por que raio eu não faço compras lá...

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Até eu chorei!

Quando era miúda, bem miúda, sem noção do impacto de certas coisas, eu ficava encantada a ver o Caramulo a arder de noite. Cresci e vi que o que era um espectáculo lindo de se ver, mas que dói mesmo a quilómetros de distância.

Esse tempo que passou por mim e me fez ver bem as coisas, passou também pela minha serra. E já há uns anos que eu podia ver da minha varanda a encosta toda verde.
Agora uns cabrões resolveram dar-lhe outra cor. E ao darem-lhe outra cor, assassinaram uma jovem de 22 anos.

Uns certos activistas passam a  vida em protestos. É porque são contra as peles de crocodilo, são contra as touradas, são contra sei lá o quê. Manifestam-se. Chamam de assassinos aos toureiros, barricando as entradas de arenas. A minha pergunta é: onde está essa força na hora de exigir ao governo uma mão pesada para estes assassinos pirómanos?!?! Novas e mais rígidas leis para os incendiários, sejam eles da terra sejam eles turistas de outros países. Novas e mais rígidas leis para os proprietários de terrenos por limpar.

Simples assim!

É que é muito bom poder chegar a casa e não ter que ver um jornalista a dar as notícias quase a chorar!

quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Afinal o que é a Arte?

Aula de Teoria da Literatura, Faculdade de Letras.
Mas o que é Arte? Alguém sabe como funciona o lobby da Arte? Perguntava o professor que queria partir da Arte em geral para a Literatura em particular.

Prof.: Vamos fazer aqui um anacronismo. O Picasso pega nesta caneta [aqueles marcadores de escrever no quadro branco] espeta-a no chão dos Jardins da Gulbenkian e assina por baixo o nome dele. O que é isto? Alguém sabe responder?
Eu: É Arte.
Prof.: Correcto. E agora a mesma coisa mas com um artista em início de carreira? Alguém sabe?
Eu: Pode ser Arte ou não, vai depender de várias coisas.
Prof.: Certo! E se for eu ou você a fazermos isso?
Eu: Não é Arte. Vamos é ser chamados de malucos.
(os meus colegas a bichanarem)
Prof.: Exactamente! E virando-se para turma: Perceberam a ideia?

Eu percebi, já tinha percebido há muito tempo. A partir do momento que há pessoas que gastam fortunas em porcarias que eu nem dadas para a minha casa de banho queria... tem que haver um lobby qualquer para se decidir o que é Arte e o que não é.

No entanto, se há pintores chanfrados que só pintam dois quadros por ano porque usam o seu próprio sangue... isso não me incomoda muito. Só acho que se ele tiver problemas de anemia não deve ser prioritário na lista de espera das transfusões de sangue...
Agora... quando me falam em destruir a Floresta Amazónica, o Parque de Monsanto, a Floresta Negra e o Parque da Peneda Gerês em nome da Arte... acho que não há lobby que justifique, acho que não há indiferença suficiente dentro de mim para ignorar o senhor Kenenth Goldsmith...

Quem é o atrasado mental que se resolve a imprimir toda a Internet?!?!? Além de ser impossível. Basta pensar, mesmo que ele tenha impresso o meu blog ontem, hoje já tem um post. É o mesmo que tentar tirar a água do mar para um depósito... os rios teriam que ser todos estancados primeiro, como isso não é possível...

Depois... a utilidade não é coisa que se possa pôr muito em questão pois a Arte não é para ser muito útil. No entanto... qual é o interesse de imprimir algo a que se pode aceder ligando o computador?!?! Se os jornais estão a perder leitores para a Internet, terá lógica imprimi-la?!?!?

Por fim: OH OTÁRIO! Para imprimir a Internet é preciso muuuuuuuito papel e tinta. Sem falar na tinta, nos tinteiros e tal, sem falar na necessidade de espaço físico para arruamr tanta resma, foquemo-nos somente no papel. Quantas árvores pretende o atrasado mental assassinar?!?!?

Aqui, espero que haja mesmo um lobby mas é para parar a sandice deste doente mental que já começou o seu devaneio...

E antes que comecem a falar em reciclagem, aqui fica um facto ambiental: enquanto uma tonelada de vidro velho dá uma tonelada de vidro novo, uma tonelada de papel velho NÃO dá uma tonelada de papel novo, pois uma parte perde-se em lamas não utilizáveis!

terça-feira, 20 de agosto de 2013

Porque eles são mesmo únicos...

Um dia desses eu explico por que razão eu só faço compras in extremis no supermercado onde trabalho. Hoje vou focar-me na cadeia de supermercados que eu frequento mais assiduamente.

No jornal de Sexta passada vem em primeira página a foto de um homem à frente de um stand de legumes. Nas mãos tem: um tomate com um risco de pele seca, uma cenoura que afinal até são duas ou duas cenouras que afinal até são só uma, e uma aboborinha (courgette) com uma parte da pele encarquilhada de uma "ferida" de granizo.

O ante-título é: destruído pelo granizo, defeituoso, anormal. O título pergunta-nos: Compraria estes legumes?
Fui logo cuscar a coisa e achei fantástico.

A cadeia de supermercados que eu frequento resolveu vender estes produtos "anormais" com uma etiqueta diferente (Ünique). Faz com que se chegue a poupar até 35% no preço. Faz com que não se deite comida saborosa fora. Faz com que os produtores não percam tanto dinheiro quando vem uma tempestade que afecta a produção. E faz com que se acabe com mariquices de fruta e legumes calibrados. Nós não dizemos ao tomate: não cresças para esse lado; não dizemos à cenoura: tu só tens uma perna. Porque eles têm vida própria, mas ainda não têm ouvidos....

Estão-me a tramar e eu a ver....

Eu para I., um homem sentado no escritório: É o senhor o chefe hoje de tarde?
Ele levanta-se fazendo suspense: Você não foi informada, mas já deveria ter sido. Eu agora sou o chefe-número-dois. Quando a senhora H. não está cá, sou eu o que manda.
Eu: Mas é o senhor o chefe da tarde ou não? É que...
Ele interrompendo-me e continuando o raciocínio que pensava que eu não tinha entendido: Sou eu que fico no lugar dela.
Eu: Mas é o não é? É que mesmo sendo o chefe pode ser o senhor E., a senhora K. ou a senhora M. o/a chefe da tarde. É o senhor ou não?
Ele, finalmente: É a senhora K.

O palhaço estava a armar-se aos cágados quando eu só queria saber qual era o meu trabalho e para isso eu tenho que falar com o chefe de turno, independentemente de quem é o chefe da filial, o número dois ou o número trinta e três.
Mas não deve ter gostado disso, porque agora resolveu perseguir-me...

Quem fica responsável pela secção dos frescos tem que vestir uma t-shirt verde. Paneleirices que já me deram umas quantas dores de cabeça. No primeiro dia em que eu devia usar a t-shirt a chefe começa aos berros comigo às 6h da matina... porque é que eu não tinha a t-shirt vestida? Eu levantei-lhe a voz (sem ultrapassar os limites aceitáveis) e disse-lhe que nunca me tinham dado uma t-shirt, melhor, que eu só tinha visto uma t-shirt dessas uma única vez em três meses só porque a minha colega tinha a t-shirt normal suja. Foi-me buscar uma camisola de manga comprida e de um número justo. Voltei-me a passar. Quem é que consegue andar a cozer pão e a correr de um lado para o outro de camisola de manga comprida durante oito horas?!?! Eu não. O calor sempre me fez passar mal. Sou daquelas que sua só por ir à cozinha buscar um copo de água...
Ela deixou-me trabalhar sem a camisola nesse dia. Eu, pelo sim, pelo não, fui ao médico pedir um atestado para me defender daqueles loucos.

Entretanto a ditadora arranjou uma solução: cortar as mangas da camisola (a minha mãe é que teve que acertar as mangas com a máquina de costura!!!!!). Pronto... arrumei o atestado médico.

No Sábado fui trabalhar  e levei a t-shirt azul, pois o meu nome não estava escalado para os frescos. Quando cheguei lá o chefe de turno estava a pôr-me para os frescos e eu disse-lhe que não pois não estava escalada nem tinha a t-shirt verde. Ele disse que não havia problema, mas que precisava que eu fosse dos frescos porque a escala estava mal feita (como tanta coisa naquele supermercado!!!!).
Lá fui eu à minha vida. Se estava bem para o chefe de turno, estava bem para mim.

Lá vem o palhaço do I: Senhora A., você é dos frescos?
Eu: Sou.
Ele, num tom de nariz empinado: Porque é que não tem a t-shirt? Você sabe que tem que usar a t-shirt.
Eu: Não trouxe a t-shirt porque não estava escalada.
Ele: Tem que ter a t-shirt no cacifo.

Eu nem respondi. O cacifo é microscópico. Se eu uso a t-shirt tenho que, pelo menos arejá-la para o dia seguinte, porque aquilo é uma cambada de suínos que só me deu uma t-shirt verde apesar de eu passar semanas a fio nos frescos (a sorte é que eu  sou uma pessoa limpinha, tomo banho todos os dias e uso sempre uma t-shirt por dentro que não deixa que a t-shirt de fora fique com odores, porque é impossível lavar a t-shirt de Segunda para Terça, de Quarta para Quinta...). Se não estou escalada simplesmente deixo a t-shirt em casa para arejar ou lavar mesmo. Estarei errada?!?!?

Ele continua: Mas há t-shirts na sala dos empregados.
Eu: Não há. Só há camisolas de manga comprida e eu não trabalho com camisolas de mangas compridas porque passo mal.
Ele: Mas  TEM que usar.
Eu: Eu tenho um atestado médico e já falei com a senhora H. (a verdadeira chefe daquele boteco).
Ele: Onde está esse atestado? Se não está aqui...
E ficou-se por aí, num tom de ameaça como que eu tivesse medo de um homem com menos 10 cm de altura e 20kg mais magro do que eu....
Eu fui ao cacifo, peguei no telefone e disse à minha mãe para me levar lá o atestado.

Passado um bocado apresenta-se a minha mãe com o papel e eu fui levá-lo ao I, o chefe-número-dois. O chefe de turno da tarde (que se despediu por estar farto daqueles loucos todos) estava deliciado com o facto de eu fazer frente ao parvalhão.

O chefe-número-dois vira-se: E como é que você vai fazer no Inverno?
Eu: Se precisar, uso t-shirts também.
O otário não conseguiu ler o texto que dizia que eu deveria usar roupa fresca até a roupa de Inverno ser substituída, não era até ao Inverno!

Pronto... O chefe da tarde lá foi fazer uma cópia do atestado e eu pensava que estava tudo resolvido.
Quando eu olho para o lado e vejo cabrão do I., o cagão do chefe-número-dois, a analisar o plano a ver se eu estava a mentir em relação à escala.

Eu não lhe fiz nada e este estúpido anda a tentar tramar-me?!?!? Mas porquê?!?! Mas por que raio é que tem que haver sempre um otário filho da mãe no trabalho das pessoas?!?!

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

A polémica da semana

Antes que digam alguma coisa, eu vi a entrevista da Judite de Sousa ao Lourenzo não sei das quantas. Logo, a minha opinião é formada sobre o que vi e não sobre o que li na internet.

Para começar a emissora bateu no fundo quando chegou ao ponto de tornar conhecido um ser daquela espécie. Quem é ele? De onde vem a fortuna? O que fez ele? Nada que interesse pela certa. Ele participa em corridas, mas não deve ser dos melhores dos melhores pois nunca ouvi falar dele, apesar "dji êli tê un esponsôr".

Depois o tonzinho da jornalista... A situação é indigna, sem dúvida! Mas ela como jornalista devia ter tido mais cuidado. É que eu nunca vi uma falta de imparcialidade como a desta entrevista. Mas se achavam que o que ele fez/faz é recriminável... não lhe davam tempo de antena... as pessoas ficavam na ignorância e ele sem direito de antena. Simples, simples!

Por fim, aquele labrego que nem português fala (oh otário! "para mim poder fazer" não é português de Portugal, do Brasil, nem aqui, nem na China!!!!!!!) disse que não era obrigado a ajudar os pobres. TEM TODA A RAZÃO!
Ninguém é obrigado pela lei ajudar o outro. Mas é imoral se eu for com um gelado para a frente de um sem abrigo e disser huuum tão bom este gelado. Eu tenho o gelado, mas eu não sou obrigada a dar-te de comer, portanto vou continuar a esturrar o meu dinheiro nos sorvetes da loja da esquina.  E tu ficas aqui a ver. É que eu não sou obrigada...

O Mundo está todo queimadinho! Valores?... é uma anedota que se vai começar a contar nas aulas de História. Isso ou sou eu que não tenho problemas com os ricos, mas tenho problemas com novos-ricos parvos.

Foto: joyreactor

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Mas será que proibiram mesmo?!?

Os meus pais trabalharam numa fábrica onde a grande maioria dos empregados era estrangeira, praticamente só os cargos de chefia tinham suíços. Um canto do edifício era alugado a um suíço que usava o espaço como armazém de roupas ou não sei o quê. Tinha acesso a um elevador de serviço que era utilizado por todos os empregados que precisassem dele e, especialmente, pela secção da expedição para carregar camiões. Esse suíço tinha a mania de ocupar o elevador e muitas vezes a expedição tinha os camiões à porta e não podia fazer as entregas. Nessa secção trabalha um português como subchefe, um dia passou-se e foi à procura do gajo e disse-lhe que queria o elevador desimpedido para carregar os camiões. A resposta dele foi: tu estás calado que tu és estrangeiro. O português não esteve com meias medidas, foi à procura do chefe e disse-lhe que queria trabalhar e o outro não deixava e que para cúmulo o tinha rebaixado por ser estrangeiro. Na hora o elevador foi desimpedido e o problema levado à direcção. No dia seguinte o tipinho teve ordem de despejo imediato.

Porquê esta história?! Porque ontem uma colega me mandou um texto sobre o apartheid que supostamente se vive na terra das vacas. Esta é uma das muitas histórias que provam como o racismo está patente nesta terra, da mesma forma que está noutras. Mas também provam que o racismo é crime e as pessoas são penalizadas (o português podia ter processado o gajo e ainda recebia uns trocos, mas ele já ficou satisfeito com o facto de poder trabalhar sem stress), ao contrário de outras terras...

Nesse texto havia barbaridades simples como a Suíça tem quatro línguas devido à imigração dos séculos XIX e XX.  E havia afirmações peremptórias que eu não consigo dizer a 100% que sejam mentira, mas nas não consigo acreditar...
Uma tinha a ver com asilados estarem proibidos de entrar em igrejas, piscinas e parques infantis. Eu ainda não vi, ouvi ou senti nada disso. Sei que nas piscinas até pode ser fácil controlar: tem que se pagar bilhete à entrada, basta pedirem um documento e barra-se a pessoa. Agora nas igrejas?!?!?!?!?!?!? As portas estão abertas. Entra e sai quem quer. Eu só vi padres ou sacristãos na hora da missa ou perto disso. Não estão lá de polícia à porta...
Nos parques infantis a coisa ainda mais confusão me mete: os parques não são vedados. Pode haver uma rede para evitar que as bolas saltem para estrada. Um muro baixo só para enfeitar que acaba por dar um jeitão do caraças para os pais se sentarem a dar o lanche ao bebé enquanto o filho mais velho escabriola pelo escorrega abaixo. Mas está tudo aberto. Os miúdos vão e vêm conforme querem. Jogam à bola, pingue-pongue (têm que levar as raquetes e as bolas, mas as mesas estão lá), basquete, andam nos baloiços e no escorrega. Muitas vezes os parques infantis são as imediações das escolas. E se há coisa que eu adoro é ver as escolas sem portões e muros altos. Não há sinais de proibição a interditar a passagem. Qualquer pessoa pode atravessar o pátio da escola a qualquer hora do dia. Os miúdos, na hora do recreio têm vigilância. E está a coisa resolvida.
Aqui não é como em Portugal que se tem um sinal a dizer que é proibida a utilização do parque por menores de 12 anos!!!
No centro da cidade há uma escola que tem o pátio aberto, parque infantil e por trás há um jardim público. Em fins-de-semana de bom tempo, é comum ver os papás com os pimpolhos nos escorregas e muitos estrangeiros a jogar petanca lá perto. Como é que se consegue distinguir um asilado de um estrangeiro "normal"?

É que o único acesso a um parque infantil que eu sei que foi vedado por aqui foi muito bem vedado!!! No sítio onde a minha mãe morava havia um infantário, mas morava uma família por cima. Os baloiços e afins eram de acesso público e toda a gente (inclusivamente os meus pais) atravessavam o pátio para ir trabalhar. Mas havia umas famílias em que as mulheres não trabalhavam e iam para ali com os miúdos. Os putos faziam o que queriam e estragavam tudo. As mamãs comiam pevides de girassol e deixavam tudo sujo como se fosse uma gaiola de um papagaio e rematavam com as beatas dos cigarros que deixavam por toda a parte. A senhora que morava por cima cansou-se de limpar a porcaria todos os dias (uma a limpar e várias a sujar!! não é uma batalha equilibrada!) então pediu aos responsáveis pela escola que tratassem do assunto e assim foi: 1,5m de altura de rede e um portão fechado à chave. A minha mãe não gostou pois tinha que dar uma volta maior, mas ao mesmo tempo não se importou porque percebeu o dilema da senhora e da escola.
Assim, digam-me lá... não acham que a escola fez bem em fechar o acesso?

Mais... o que é que um adulto tem a fazer num parque infantil se não tiver filhos?!?! Seja homem ou mulher, seja suíço, estrangeiro "normal" ou asilado... se não estiver a acompanhar os filhos, os sobrinhos ou os filhos dos amigos... o que é que tem que fazer num parque infantil?!?! Eu que sou meia vagabunda e ando por toda a parte, tanto sozinha como acompanhada, não costumo parar em parques infantis porque não tenho filhos, sobrinhos ou amigos com filhos...

Há bocado passei por uma escola e como estava à espera que as cancelas das passagens de nível se abrissem aproveitei para tirar umas fotos e mostrar como é que as escolas costumam apresentar-se por aqui. Tudo a ver com o que se vê por outras bandas. Não?!?! Pois não...

Pergunta final, se é assim tão mau viver na Suíça, porque é que querem todos vir para cá? A Suíça, apesar de ser um dos países mais pequenos da Europa é o país com maior número de pedidos de asilo da Europa... É porque é um mau país! Só pode...







domingo, 11 de agosto de 2013

Da abundância

Quando era mais nova, adorava passar por algum sítio fora de Portugal e encontrar coisas típicas do jardim à beira mar plantado. Significava que alguém sabia onde ficava Portugal.
Mas entretanto eu mudei a minha opinião. Principalmente nos últimos dois ou três anos.

Lá no supermercado, há duas semanas foi a semana da Espanha e de Portugal (a América esteve sozinha nas prateleiras, a Itália e a Grécia também, só a Península é que nãos e aguenta separada). Azeitonas, alho em azeite, cerveja, grão de bico, tortilhas foram alguns dos produtos que eu vi. Mas como andei praticamente só de volta do pão, não tive tempo de ver todos os artigos. Esta semana mandaram-me arrumar os frigoríficos. Por lá encontrei ainda artigos da campanha luso-espanhola. Queijo flamengo de uma marca que eu não conhecia. Com o P do compro o que é nosso bem escarrapachado. As lágrimas vieram-me aos olhos.

Não, não fiquei emocionada por ter meio quilo de queijo português na mão. Senti-me frustrada por milhentos pensamentos que me vieram à cabeça.

O supermercado em questão tinha o objectivo de, com aquela campanha, chegar aos consumidores portugueses e espanhóis. Os suíços têm cá cerveja e se quiserem vinho do Dão (que não estava à venda lá) sabem bem onde encontra-lo, quanto a comidas, não são dos mais aventureiros porque a comida portuguesa não é exótica para o paladar deles (eles comem se lhe derem, mas não são muitos os que frequentam restaurantes portugueses, já comida espanhola, mexicana, grega...). Claro que os portugueses já frequentam aquele supermercado, mas assim... aumentaram as receitas. E aqui foi a minha primeira tristeza: se a população de imigrantes portugueses não fosse tão expressiva duvido que dedicassem uma semana ao feijão frade. Aquele supermercado é uma máquina de fazer dinheiro, não iriam investir em produtos e publicidade a esses produtos se não tivesse um grande impacto financeiro. Ou seja, há muito português fora de casa e isso é tão triste!

O outro pensamento que me atravessou a mente também me atravessou a alma. Além de me deixar triste, deixa-me preocupada.
Ora bem, se agora praticamente só se produz para exportar, o que é que comem os portugueses que vivem em Portugal?!? Os produtos portugueses saem do país, tornam-se mais raros, logo mais caros. Os portugueses são obrigados a importar para colmatar falhas, volta novamente o problema: importação torna os produtos caros. E os que são importados por preços baixos... têm qualidade duvidosa.

Agora a importação de produtos portugueses não significa só o reconhecimento de um país, mas sim uma necessidade dos portugueses saírem, mas, ao mesmo tempo, quererem encontrar os produtos que foram obrigados a deixar para trás. E significa também que os empresários têm o olho aberto e encontraram um nicho de mercado (agora está na moda dizer que tudo é um nicho de mercado). Mas é um nicho onde cabem muuuuitos santos. Que, no entanto, não estão a fazer grandes milagres...

Quando é que as pessoas vão acordar e ver o problema? É qualquer dia vai acontecer como certos países da América Latina que se fartam de exportar bananas e mangas e mais não sei o quê e os pobres de lá passam fome... E aí eu quero ver Portugal a viver do turismo...

Mas sentem-se mais um bocadinho...









 
Havia mais, mas eu tinha o comboio para apanhar...

Para o descanso

Ainda no dia 4, quando cheguei a Schaffhausen reparei que havia bancos estilizados espalhados pela cidade, como a famosa Cow Parade ou a Topfparade de Zurique há uns anos.

Eu acho uma estupidez, isso das cápsulas do café. Há lá coisa melhor do que café feito com pó acabado de moer?!?! No entanto, vistas nesta perspectiva... até que têm a sua piada!



Fecundante. (é o que lá está escrito)

Eu pensava que eles tinham desaparecido...



Me and my monkey... :D

O regresso II

 
À passagem por Diessenhofen.

Olhe-se a maravilha de sala de estar...

A ponte que separa a Alemanha da Suíça.
 
Este marinheiro fez-me reconsiderar a opinião sobre os uniformes... :) Mas a foto é para mostrar o senhor a voltar  a montar o tecto do deque, o tal que tem que descer  para passar debaixo da ponte.


Achei piada à mini-cascata.

Quase que aposto que ali está um bunker camuflado.



O Munot visto do Reno. Mesmo a chegar a Schaffhausen.
 



O regresso







O rio dos cisnes... :)

Ai não!! O Sol queimava bem!!!



Ohoh... morar ali não deve ser naaaaada mau.


Steckborn

Nota-se bem a diferença entre uma igreja católica e uma igreja reformista...

mas os órgãos por estas bandas... seja católica ou reformista... são sempre enormes!

Promenade...

E não, não tenho aqui uma foto do lago Lemán. É muito mais a Norte... :)


A água estava tão boa! E eu sem biquíni!!!!! :(

Em Winterthur também há uma casa da Paciência. :)


 
 
Detalhe de uma sacada.