segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Semana 44

Mancher schreibt gleich zwei Bücher auf einmal: das erste und das letzte.

Alguns escrevem ao mesmo tempo dois livros: o primeiro e o último.

Mark Twain

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

De peso

Agora o remate desta odisseia aboborática.
Na exposição estiveram as três maiores abóboras da Suíça. Na foto falta a segunda maior, não sei se a teriam vendido ou se se estragou... e os valores são, de baixo para cima: 321,5kg, 377kg e 702kg...
Já imaginaram quanto doce de abóbora, filhós, compota para barrar o pão, doce para acompanhar o requeijão, sopa e afins se poderia fazer só com uma delas?!?!













Também poderia sevir para a avó fugir ao lobo*... rola, rola, cabaça, cabacinha... mas isso já são outras histórias...


*Não, não tem nada a ver com o Capuchinho Vermelho. É bem mais bonita e inteligente!

De lamber os beiços



Como se diz na minha terra, eu até que nem sou mau diabo. No entanto quero tocar muitos burros ao mesmo tempo e acabo por protelar promessas que faço. Até hoje, nunca esqueci uma promessa e tenho-as cumprido mais ou menos em tempo razoável. Mas há duas antigas que... por milhentas razões foram passando, passando... e ainda não estão cumpridas. No fim deste post faltará só uma!

Mas antes vou contar uma coisa que se faz por aqui. O Halloween não é uma festa muito forte por aqui. Há algumas decorações, alguns artigos para vestir a rigor para alguma festa que possa surgir. Mas... não há trick or treat, nem muitas abóboras a escarnir de quem passa na rua. As abóboras servem para comer. Tal e qual como nós, os suíços fazem sopa, usam-na em molhos, em acompanhamentos de pratos e afins. Mas o que eles fazem e nós não... é demais!!

Arranjam uma abóbora bonita com um tamanho razoável. Tiram-lhe a "carapuça" e tiram-lhe o miolo todo. Com o miolo fazem sopa que depois metem dentro da casca da abóbora. Metem-lhe a tampa e oferem aos amigos. Os amigos ficam felizes da vida e comem todos do tupperware biológico. É ou não é engraçado?!? Mas já imaginaram certas pessoas a receberem tal presente?!?!

Agora... ao fim de dois anos (que vergonha!!), eu tenho algo para a Teresa. Peço desculpa pelo atraso mas... quando me devia lembrar (ou seja, em frente ao computador) nunca me lembrava. E com esta coisa das fotos das abóboras lembrei-me no momento certo e achei que havia um bom enquadramento!!!

Creme de abóbora que acompanha com o que se quiser, basta gostar...

Não tenho pesos nem medidas, porque a minha mãe faz a olho. Mas recomendo que se faça pouco da primeira vez, não vá correr mal e não gostarem. Assim não são obrigados a comer muito...

Ora bem:
faz-se um refogado com cebola e manteiga, mas sem deixar esturricar a cebola.
deita-se a abóbora aos cubos lá para dentro e deixa-se cozer. Quando der, esmaga-se a abóbora com uma colher de pau. Deita-se sal e pimenta q.b. e já está!

Notas da minha mãe: como há quem não tenha paciência para estar a mexer a abóbora ou quem não goste de encontrar os fios da abóbora, recomenda-se que se use a varinha mágica.

Por vezes, o creme pode ficar muito líquido, se assim for, junta-se um pouco de farinha a gosto.

Eu adoro este creme. Gosto de o comer simples ou com arroz branco, com a minha mãe ao lado: Não comes mais nada?!? Não, mãe, agora não como mais nada... :D

Ora abóboras!!

E também maçãs... e pêras... e outros produtos bio produzidos lá na quinta.
Eu gosto do carrinho de compras. Reparem no aro de ferro sobre o carro de mão, vê-se o sítio onde se pode colocar a moeda para retirar a corrente de segurança, tal e qual como nos supermercados. A diferença é que era numa quinta com uma vista linda!








Assim de repente, olhando para Kurbis Kasse (caixa de pagamento das abóboras, já que havia outras caixas), acreditam que não sei qual era o preço do quilograma?!?! :s

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Acho que vou desistir

Hoje, estive o dia todo a limpar planta com uma navalha. Houve um momento me que suspirei ou qualquer coisa do género e a G. pensou que eu me tinha cortado. Eu disse-lhe que não, que, se assim fosse, já teria dito mil palavrões. Ela disse: Tantos? Conheces assim tantos palavrões?!? Como, por vezes, os suíços são um bocado lineares demais, disse-lhe que era uma forma de dizer. Que ela não devia ser tão literal. Ela disse que me tinha entendido, que estava a brincar comigo. Senti-me aliviada.

Mas não me sinto aliviada por o que se tem andado a passar com comentários meus noutros blogs. Vejo que há gente a ser linear demais ou rebuscada demais com as minhas palavras....

Vou usar incógnitas como na matemática e não vou fazer links que é para não me acusarem de querer armar barraco e já se percebe porquê.

O indivíduo A escreveu um post sobre os funcionários públicos no geral (desde o presiente de qualquer gabinete até ao coveiro) que me pareceu interessante e correcto.
O indivíduo B comentou e referiu que estava na casa dos trinta (estava contextualizado).
O indivíduo A respondeu ao B. Tudo na boa, muito civilizado.
O indivíduo C, sob capa do anonimato, perguntou se havia funcionários públicos no centro de emprego e atirou com a sua idade para lá, não sei bem para quê.
Eu (BURRA!!!) resolvi responder ao indivíduo C, dizendo que conhecia muitos funcionários públicos no centro de emprego e expliquei que não era funcionária pública nem tinha, sequer, 30 anos. Isto para não me acusarem de ser funcionária pública na casa dos trinta (não é que haja mal em alguma das coisas, mas não corresponde à verdade).
Depois aparece-me uma reposta que eu não sei se é do indivíduo C já identidificado ou se é de um indivíduo D. Aqui del rei que eu queria ser funcionária pública e que devia estudar mais para ser alguém na vida e mais não sei o quê.
Eu (BURRA!! BURRA!!) resolvi tentar explicar-me melhor, pois pensava que não estava a ser clara. E a mesma pessoa... "porque eu assim", "porque eu assado", tinha vergonha de ser quem sou e o raio...
Eu (BURRA!! BURRA!! BURRA!!) resolvi explicar uma vez mais. E não é que o mesmo indivíduo (no caso era uma mulher) disse exactamente o mesmo que eu disse, mas mantendo que eu estava em contradição e mais não sei o quê?!?!
Aí vi que já era demais e simplesmente não dei resposta.

No entanto, apareceu mais um/uma, vamos dizer o indivíduo E. Pegou em palavras que eu disse, na brincadeira, noutro contexto e fez crer que eu queria montar barraco na internet (eu tinha dito que adoro um bom barraco, nem que seja na internet). Claro que não quero. Se quisesse tal coisa, permitia que qualquer um comentasse neste estábulo e deixava que saísse disparate ao quadrado.

Juro... hoje fiquei triste. Adoro ir àquele blog. Aprende-se imenso por lá, dá para rir, para chorar... e hoje... sai-me uma que não percebe que 1+1=2 e outro/a que não tem mais nada que fazer do que destilar veneno e deturpar/descontextualizar as palavras dos outros... Bolas!! E penso eu que os suíços são lentos de compreensão!

Parecem os macacos no jardim zoológico: puxam as traças às meninas, tiram os gelados aos meninos, roubam os chapéus aos cavalheiros e fogem para dentro da aldeia dos macacos. Só que a estes eu perdoaria um disparate, a pessoas... nem por isso.

Acho que vou começar a ficar quietinha no meu canto, sem comentar, que é para não criar atritos, tanto para mim, como para os donos dos blogs que frequento...

Eu que tinha dito que ia para a cama... mas tinha que vir aqui desabafar... É que isto é triste!!

Abóbora

Além da exposição das estátuas havia mais coisas para ver e fazer.
Podíamos ver coelhos e brincar com cabras pequeninas. Podíamos comer vermicelles, uma espécie de esparguete de castanha, coisa comum por aqui, mas que não me atrai (não é doce o suficiente!), tarte de maçã, sopa cozinhada, ou pelo menos mantida quente, na brasa: primeira foto, onde se vê o filho do Guilherme Tell por trás...

Podíamos ainda comprar abóboras para fazer sopa ou para cortar para o Halloween que se avizinha (sabiam que eles têm ferramentas próprias para os putos fazerem essas coisas?!?). Ou simplesmente ver um artista trabalhar e esculpir uma abóbora à séria...

Como já é tardote e o despertador toca cedo, deixo só mais umas fotos das muitas abóboras para venda e continuo amanhã ou quando tiver tempo. São muito engraçadas as da última foto, mas, como diz no aviso: cuidado ao manusear, elas partem-se facilmente!










Die Kürbisse

Não, não me enganei. No outro post o título está no singular, aqui está no plural!
E seguimos com mais coisas tipicamente suíças:

O Alphorn era o meio de comunicar nas montanhas. Apesar de Horn querer dizer corno, o instrumento é feito de madeira. É que a palavra tem mais significados... Hoje em dia já há telemóveis e eles só apresentam este objecto em momentos culturais e etnográficos. O som é forte, mas agradável de se ouvir (vá... na minha opinião!).

O Rütlischwur, ou juramento de Rütli. Rütli, segundo a lenda, foi onde se fez o juramento, em 1291, entre três senhores poderosos, "donos" dos três cantões fundadores da Suíça (Schwyz, Uri e Unterwalden). Estas mãos representam esse momento e esses senhores. Reparem ainda no pormenor da cruz helvética... [este é um dos pontos que tenho que aprofundar mais!!]

Depois temos o Schellenursli. Eu não sei o que é Schellen. Sei que Ursli é um diminutivo para Urs (sim, nome de homem; sim, lembra urso!). Um dia desses tenho que comprar o livro. Sei que é um livro para crianças e pelos desenhos ele corre muito com o badalo da vaca às costas (no caso, está à frente dele!).

A seguir vem a navalha do MacGyver. Sabiam que no museu da Victoria Inox podemos construir a nossa própria navalha? Podemos enfiar-lhe as tralhas que quisermos. Tem é que ser feita marcação com antecedência.

E, por fim, temos o senhor Wilhelm Tell, que é como quem diz: Guilherme Tell. Agora choquem-se, como eu me choquei: diz-se por aí que o Guilherme Tell é um personagem criado por um autor alemão. Juro que é verdade! Mas por favor... não digam isso aos suíços... ou eles têm uma coisa má! :D O filho do Guilherme Tell com a abóbora na cabeça, (eu sei, mas a exposição é de quê?!?!) vai aparecer noutra foto, noutro contexto. É que eu distraí-me e acabei por não fotografar o boneco de frente... :s











der Kürbis

Já para aqui tinha dito que por terras helvéticas se faz arte com tudo e mais alguma coisa. E, durante as últimas semanas, uma quinta resolveu apresentar arte com abóboras (Kürbis). Não sei se fazem todos os anos, não sei se cada ano é um tema. Mas as esculturas eram temáticas. Se bem que um tema... tenho que o aprofundar: a Suíça.

Começando do começo:
A vaca que dá leite para fazer queijo suíço (Schweizer Käse).
A frente (é mesmo só a frente) da casa do avô da Heidi, com os dois, o Pedro e as cabrinhas a completarem o quadro.
O Matterhorn.
Os castores, ou algo muito semelhante, que também existe por cá.





















segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Semana 43

Ich will keinen Autor mehr lesen, dem man anmerkt, er wollte ein Buch machen; sondern nur jene, deren Gedanken unversehens ein Buch werden.

Eu não quero ler mais nenhum autor no qual nós notamos que ele queria fazer um livro; mas sim aquele cujos pensamentos inseperadamente se tornam livro.

Friedrich Nietzsche

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Será que ainda há salvação?!?





Que Mundo?!?!

Ontem foi um ditador que foi deitado abaixo de uma forma arrepiante. Sendo que a repetição das imagens é ainda mais arrepiante.
São grandes que enchem os bolsos com o dinheiro dos pequenos.
São pessoas saudáveis que se aproveitam de deficientes para extorquir os subsídios e/ou os usar como escravos.
E agora a conservadora China...

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Está a chovAr

Já tiveram a experiência de cortar um dedo entre a unha e a carne? Pois... era essa dor que eu sentia enquanto ia do trabalho para a paragem do autocarro. Eu sei que estamos no Outono, mas não sabia que ia estar tanto frio hoje. E como estava a chover, a mão que segurava o chapéu estava desprotegida e... ui... (amanhã tenho que levar luvas, pois não quero ficar doente como o M.).
Mas uns minutos mais tarde percebi tudo... estava tanto frio que a chuva começou a engrossar e eu, já dentro do autocarro, vi os primeiros flocos de neve deste Outono. Cá em baixo, na cidade, só chovia e duvido que amanhã, lá em cima, na estufa, esteja tudo branco, mas eu fiquei tão feliz...

Sempre achei neve uma coisa chata, monótona, sem alegria. Mas desta vez... parecia os putos. Se estivesse acompanhada por alguém que conhecesse... acho que me iria pôr a soltar gritinhos histéricos... :D

Agora vou dormir, porque, apesar de trabalhar menos, nesta altura é quando me sinto mais cansada por causa do frio...

terça-feira, 18 de outubro de 2011

O vestido azul

Há para aí dois anos recebi um email que contava a história engraçada que pode ser aplicada a uma resposta que vou dar à Teresa.

Resumidamente:
A menina era pobre, filha de pais meio ignorantes e desleixados.
Mas o professor gostava dela e um dia ofereceu-lhe um vestido azul.
A mãe achou que a menina devia estar lavada para vestir tal preciosidade.
Depois os pais acharam que também tinham que estar limpos para estarem junto da filha.
Depois acharam que a casa e o jardim também deviam estar em ordem.
A seguir veio o vizinho do lado que achou que o seu jardim e casa deviam estar semelhantes aos dos pais da menina.

E, numa onda, a coisa alastrou à rua, ao bairro, à cidade e ficou tudo limpo e a brilhar.
O que não acontece com a maioria dos portugueses!!

É igual! Não adianta se fores a única! Mas o quê?!?! Não se costuma dizer que o caminho faz-se caminhando, mas que é preciso sempre um primeiro passo?!?! Se me ponho à espera que chova... nunca mais é sábado!!
Por isso é que eu me irrito com os tugas que dizem: eles limpam! não adianta reclamar, porque não faz efeito! e por aí fora.

O eles limpam é uma porra, porque se eles não tiverem tanto para limpar podem fazer outras coisas ou pelo menos limpar ainda melhor... e o reclamar não adianta?!?! Para mim sim, pelo menos não fico empachada com a raiva que certas situações me despertam.

E para quem não me conhece: sempre fui assim, não foi depois que vim morar para a Suíça. Faço esta nota porque muitas vezes oiço, de quem me conhece há muito, vens da Suíça e já pensas que és gente! Não é uma questão de ser gente, mas de ser minimamente civilizada e não fazer aos outros o que nós não perdoamos que nos façam a nós.
Até posso dar um exemplo que se relaciona directamente com o comentário da Teresa. Morava numa zona dita de pedigree. Ali para o Bairro de São Miguel era só tias com jóias enormes e cães minúsculos. A rua era um nojo! Caminhar ali era como se fosse uma jincana. E o cheiro... casa-de-banho de festival de Verão!! Um dia passei por uma velha e chamei-lhe porca. Ela limpou o rabinho do bichinho com uma folha de árvore e deixou tudo no meio da caminho. Quê?!? Ela queria que eu ficasse indiferente?!?! Naaaaaaa!!!!!!!!

Penso positivo...

Estava a ouvir esta música enquanto trabalhava e perguntava-me quem seria o autor. Quando a radialista o disse, fiquei simplesmente parva. O nome deste senhor estará sempre associado ao umbigo do mundo e a ritmos mais mexidos, mas que esta é linda... lá isso é!


Jovanotti, tutto l'amore che ho

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Sprechen

Apesar de eu me dar bem com o M., não posso dizer que é a pessoa com quem mais falo. Normalmente só fazemos a pausa da tarde (10 minutos) juntos. Uma vezes falamos o tempo todo, outra vezes só perguntamos um ao outro se há ainda muito trabalho nas respectivas secções (ele na produção e eu na expedição), outras vezes não dizemos palavra, sentamo-nos lado a lado e apreciamos aqueles minutos de descanso.

Hoje ele não foi trabalhar e senti uma falta dele. Há já muito tempo que não sentia falta de uma pessoa deste modo. É tão bom!

Desta vez não traduzo o título. Mas acho que se percebe bastante bem!

Talk, Coldplay

Semana 42

Lesen ist ein grosses Wunder.

Ler é uma grande maravilha.

Marie von Ebner-Eschenbach

domingo, 16 de outubro de 2011

Já estou como o Caco Antibes

Hoje fui com a minha mãe comer castanhas. Estava um frio bom que convidava a aquecer as mãos no pacote de Marroni que são heisse (quentes e boas, em tradução muuuuito livre), mas são assadas em electriqueiros (se os de fogo são fogareiros, os eléctricos são o quê?!?).
Demos uma volta pela cidade meia deserta, por causa das férias de Outono, e as castanhas já as comemos no autocarro para casa. Pareceu-me que a minha mãe estava a deixar cair pedacinhos de castanha para o chão e adeverti-a para tal facto. É extremamente chato sujar a roupa e o autocarro. Afinal era eu que ia meia pitosga e já via o que não acontecia.

Mas ao lado de nós seguia um iluminado vindo de terras lusas (ele ainda não tinha aberto a boca e eu já sabia que ele era tuga, não sei como, mas essas coisas notam-se!) que resolveu abrir a boca e dar o ar de sua graça: eles limpam!

Eu virei-me para o homem e disse-lhe simplesmente: esse é um pensamento muito português e extremamente parvo.

Mas porquê?!? Por que raio será que os tugas têm o dom de ser tão broncos?!? Já há uns dois anos me aconteceu ouvir o mesmo em Portugal: eu atiro as cascas dos pistachios para o chão, porque os funcionários da câmara têm que trabalhar. Não percebi a lógica da batata, mas garanto que ainda me faz mais confusão o facto de haver gente a dizer isto por estas bandas. Eles sabem que sujar propriedade pública é sancionado, legal e moralmente... então por que é que dizem: eles limpam?!?! Será que gostam de viver no esterco?!? Acidentes acontecem, mas fora isso... eu cá não gosto de porcaria!

Sinceramente, tenho horror a pobre... de espírito!

terça-feira, 11 de outubro de 2011

But girls do



Boys don't cry, The Cure

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Semana 41

Allein die Bücher gewähren eine Befriedigung, die bis ins tiefste Innere reicht, sie sprechen zu uns, sie raten uns, sie begleiten uns in einer harmonischen und lebendigen Vertrautheit.

Os livros sozinhos concedem uma satifação que toca nos mais profundo de nós. Eles falam connosco, aconselham-nos, eles acompanham-nos numa harmoniosa e vívida intimidade.

Francesco Petrarca

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

wir sind allein




Polarkreis 18, Allein Allein (sozinho(s) sozinho(s))

terça-feira, 4 de outubro de 2011

a house doesn't make a home

Esta gente sabe fazer contas

A semana de trabalho na minha empresa é de 43 horas. Hoje recebi a minha folha de pagamento e vi que no mês passado fiz 190 horas e 38 minutos. Com o maior dos orgulhos, mas também com mãos encardidas, muitas nódoas negras e dores fortes nos ossos (a parte muscular já era!).

Ontem saiu uma circular a dizer que, por falta de carcanhol, o Instituto Camões cancelava o concurso de professores para ensino deportuguês no estrangeiro.

Hoje foi notícia de abertura do jornal das oito: nove médicos da Costa Rica estão há cinco meses em Portugal a receber ordenado e com casa paga, mas não trabalham.

Não sei se é dor, se é revolta, mas sei que não comento.

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Semana 40

Wer ein gutes Buch verschenkt, der gibt mehr als Geld, Brot und Arbeit, er gibt Friede, Freude, Frohsinn.

Quem oferece um bom, oferece mais do que dinheiro, pão e trabalho. Oferece paz, alegria e bom humor.

Hermann Löns

Pequena nota extra: Friede é a forma arcaica para Frieden.

domingo, 2 de outubro de 2011

Círculo polar alemão

Ora vejam aqui (usando o link em inglês) se não é...


Polarkreis 18, Unendliche Sinfonie (sinfonia interminável)
Boa semana!

É quase maior de idade

Esta música não me saiu da cabeça, tive que a procurar para a ouvir. Passado um bocado passou na rádio. É estranho, não?!?
Depois de rever o vídeo ri-me com a Luísa de há 17 anos: a primeira vez que vi o clip, achei uma ousadia ele tirar o telefone do gancho e seguir em frente. Aquilo era rebeldia pura para mim. Mesmo estranha!!!
Eu era mesmo inocente... se bem que... a ousadia dos outros, em certos contextos, naquele tempo e nos dias de hoje... é demasiado ousada. Se todos resolvessem só tirar telefones do gancho...



When i come aroud, Green Day

Tradição e inovação

Até há relativamente pouco tempo, a cidade de Winterthur era a mais industrial da Suíça (penso que agora seja Basel por causa da indústria farmacêutica). Além das fiações de algodão (ainda existe uma -actualmente a única da Suíça- e eu já lá trabalhei), havia dois gigantes da metalurgia que produziam de tudo, máquinas a vapor, comboios...
Há um bairro com muitos vestígios dessa época industrial. As casas são as casas que pertenceram aos trabalhadores, em tijolo pequeno branco. Uma cantina da empresa é agora um restaurante. Uma das paragens de autocarro chama-se Loki (abreviatura de locomotiva) porque era naquela parte do bairro que se faziam as locomotivas...
E mesmo tendo sido uma cidade assim, mesmo sendo a sexta maior do país, continua-se a ver tradição. Tal e qual como se vê nos posts que coloquei agora por aqui.
É incrível como eles têm tecnologia de ponta para a saúde, para os transportes, usam as roupas mais práticas, mais cómodas e até mais caras, comunicam com os melhores telemóveis, brincam com o último grito dos gadgets que aparecem e depois... vestem roupa que só as avozinhas vestiam e pegam em "brinquedos" inventados há tanto temo que nem se pode dizer que são do século passado! É algo que me agrada deveras...

Para quem não sabe como funciona um realejo ou um órgão deste género, aqui está uma foto do interior do órgão que vem na segunda foto. Há também os realejos com cilindros, mas o efeito é semelhante.



O segundo (terceira foto) tem uma história mais ou menos engraçada. Como se vê na segunda foto, os dois estavam frente a frente. Enquanto o outro tocava, eu andava entretida a ver os livros e os cd que estavam na base deste. A música acabou, mas eu não dei imortância ao facto. Pensei que iam mudar a "cassete". Pois bem... accionaram o segundo, ou seja, o que estavam mesmo à minha frente. Aquilo é maior que eu e a minha cabeça quase que tocava no aparelho. De repente... sai de lá um som... forteeeeeeeeee... dei um pulo e dasatei a correr dali para fora. Àquela distância o som era ensurdecedor...

Só faço figuras tristes!!!!!!!




Ursos de Berlim

Eram onze realejos "portáteis". Todos da Alemanha, mais precisamente da zona de Berlim e Brandenburg.
Foram colocados todos em fila e eram tocados um a um e as pessoas iam cantando as canções respectivas (não reconheci nenhuma!).
Reparem na senhora com o lenço roxo... bem velhinha!! Isto é que é amor, vir de Berlim cá para baixo por causa de um festival deste género!!




















































E vai mais uma voltinha...

Quando era miúda, passava férias na praia da Costa Nova. Junto à ria, havia lá um carrossel que eu adorava. Sempre que andava, sentava-me no mesmo carro preto. Depois de muitos anos vi que já não há carrossel. Mas não é só lá. É por todo o lado. Só em graaandes festas é que se vêem os carrosséis.
Por aqui ainda é coisa que se vê com alguma frequência. De vez em quando, vê-se uma placa a anunciar a presença de um numa aldeia qualquer.
Na Quinta-feira o anúncio era um bocadinho diferente. Primeiro, não era para a aldeia, era para a cidade de Winterthur. E depois não eram só carrosséis, eram também órgãos e realejos... E quando salto do bus, apanho com um a tocar o Hey Jude dos Beatles!!!!!
Ontem fui trabalhar, mas ainda deu para dar uma voltinha muito a correr pela cidade velha e ver coisas lindas...

1. O do Hey Jude!
2. O burro abanava a cabeça de cima para baixo e o cão a língua de um lado para o outro.
3. Está um pouco desfocada, mas dá para ver como os senhores estavam vestidos a rigor para a ocasião...
4. Uma coisa linda com tantos anos como a República Portuguesa.
5. Adorei o avião deste carrossel...





sábado, 1 de outubro de 2011

Pequenez

Vi agora uma coisa na televisão e lembrei-me de duas histórias com anões.

Uma com mais de 20 anos.
A minha mãe, numa festa, comprou um balão ao meu irmão. E vendedor queria atar o balão ao pulso dele. A minha mãe disse-lhe: vá, dá o braço ao senhor. Oh mãe, não é um senhor, é um anão. A minha mãe ia morrendo. O senhor foi compreensivo e ignorou o que a peste do meu irmão disse (ele ainda não tinha 5 anos!).

E outra com cerca de dois.
Eu e uma colega passámos por um anão e ela vira-se: Já viste este homem? E trabalha! Eu não percebia a ligação. E achei muito feio ela, brasileira com mistura de índio, negro e português, estar a discriminar um anão. Mas ela deve ter visto a minha cara e explicou: É anão, mas não se encosta a ninguém. Vive a sua vida autonomamente, trabalhando.

O meu irmão aprendeu que um anão é um senhor e nunca mais repetiu a palhaçada. E a minha colega tinha razão em fazer o comentário. É que há pessoas com mais facilidades na vida e encostam-se à sombra da bananeira...

Eu só não tinha a noção que os anões eram assim tão discriminados. Para mim, são pessoas como qualquer outra. Um colega meu tinha uma irmã anã e a única coisa que me dava pena era o facto de ela sofrer de uma doença relacionada com o nanismo, que a fazia ter dores ou algo do género.
Era a irmã do Bruno... e mais nada!

Não merecem desrepeito, se não desrespeitam os outros... Simplesmente acho que os multibancos e outras coisas lhes deviam estar acessíveis. De resto... não vejo nada demais ou de menos em pessoas com nanismo. Mas, ao ver a reportagem da SIC, fiquei chocada ao saber que nos tempos modernos uma criança sofre de descriminação por uma coisa como o nanismo. A sério que estou de queixo caído.

Uns são pequenos de corpo, mas outros... são pequenos de mente...