sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Ouvir até ficar surda?


Talvez...

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Qual é o drama???

"Não és casada?!?!?!", eu respondo: "Não!!" e penso: "É algum crime?!?!?". Ainda não tenho 27 anos. Tenho planos concretos para a minha vida a curto prazo que não incluem um marido, mas sou vista como um ET.

"Ah! E trabalhas?!?!", eu respondo: "Sim. Faço o que calha, desde limpar a traduções... já fiz um pouco de tudo!" e penso: "Sim! Eu não quero ser dependente de ninguém, além de não ser uma 'calona' como tu/vocês!"

Para mim, (a maior parte d)as minhas colegas da faculdade são todas uma espécie de prostitutas de luxo/trazer por casa. Santa paciência... todas trintonas a cair para o quarentonas, casadas com suíços, moram cá há anos sem saber falar a língua, não trabalham e têm uma vida de luxo. Divórcios feitos às "três pancadas" que permitem sustentar o filho na escola, mais as coisinhas todas que ele quer ter/fazer, mais o curso de alemão que vai para cima de 1500 euros por 4 meses, sem trabalhar a 100%. Entre outras coisas... São o quê? Santas é que não são... e pensam que são todas como elas. Claro que ficam parvas quando eu lhes digo que vivo com os meus pais para reduzir despesas, que trabalho porque não quero passar a vida a pedir mesadas (pais ou marido é igual!) e quero pagar os estudos para passar além da barreira do trabalho manual/sujo, com todo o respeito! Eu não me envergonho de fazer o que faço, mas... dá pouco dinheiro, cansa muito e eu tenho qualificações para mais.

Há para aqui mulherio... Normalmente as brasileiras e e de toda a América Latina não querem saber de portugueses. Se vão a uma festa e se apercebem que é português... fogem. Pois sabem que o que eles querem é festa e elas querem papel e papéis... Há aqueles que têm incompatibilidade de sangue, de signo, de feitio, aqui é de interesses práticos!!

Há excepções, sim. Tenho uma colega brasileira casada há 10 anos com o mesmo homem. Conheceram-se na missa ou algo do género. Envergonha-se de dançar samba e não é por não saber, mas porque é ousado... Eu muito gozo com ela: "O., tu não digas que és brasileira, porque ninguém vai acreditar!" Ela só se ri...

No entanto, essas excepções devem ser bem raras, pois até o meu professor (alemão, a morar na Alemanha) me perguntou, há um tempo, se eu era casada com um suíço, como se fosse a única forma legal de se entrar na Suíça...

Esta gente não se mentaliza que casamento não é um emprego??

sábado, 24 de outubro de 2009

Já mataste tudo?

Foi a pergunta que a Ângela me deixou há dias no Facebook.
Eu pensei em muita coisa, mas, não sei porquê, não pensei em saudades. Depois da explicação dela e de ter regressado à base na 5.ª feira, já posso responder à pergunta.



Matei saudades da água (muito bebi eu!!), das maçãs, no Pingo Doce havia lá umas maçãs vermelhas de produção poruguesa que fazem juz ao nível de bitz, pitz, mitz (qualquer coisa a ver com a docura da fruta que dá na publicidade e que eu não fixei quando vi na televisão), do café (o melhor foi oq ue bebi numa esplanada de um café que fica junto a uma das entradas do Bolhão) e dos pastéis de nata (não, não foram os de Belém. São mesmo da "santa terrinha" que deixam os de Belém a um canto!).
Mas o mais importante é que matei saudades das romenas a pedir esmola usando filhas de 6 anos que não vão à escola porque nâo têm papéis (experimentem pagar o lanche à criança a ver se não vos agradecem muito e vos respondem à perguntas que façam casualmente). Também tinha saudades de ver o Jornal Metro a voar em todas as direcções nas instalações do Metropolitano. Fui deixar a minha bagagem a Sete Rios para mais tarde apanhar o bus lá para o norte, quando fui para apanhar o metro para ir almoçar... até se reduziu o apetite com a porcaria que voava no metro do JArdim Zoológico...
Falando em limpeza das instalações, pode falar-se da da cidade e das pessoas de quem matei saudades. Aquelas que gostam de dizer (e fazer o que dizem) "Eu atiro para o chão, porque o pessoal da câmara tem que trabalhar!".
Tinha saudades do trânsito caótico de Lisboa, do Porto e até de Viseu. Como fiquei agradada por saber que até esta cidade do interior se está a tornar um ponto alto no desenvolvimento do stress produzido por maus condutores, filas de trânsito, estacionamentos mal feitos... Nesta temática eu tinha saudades da falta de civismo dos condutores e dos peões que insistem em passear (NOTA: não é passar) no meio da rua, fora da passadeira.
Ah! fiquei muito contente por ouvir dia e noite a sirene do quartel dos bombeiros a chamar homens apra apagar fogos em matas por limpar e queimadas mal vigiadas feitas em tempo extremamente seco.
Também matei as saudades dos preços das coisas e da descoordenação e atraso dos transportes públicos.
No dia em que cheguei a Portugal, matei logo as saudades da antipatia da maior parte dos funcionários do aeroporto (estão no bom caminho para cativar turistas!!), mas esta quinta-feira descobri uma coisa da qual nunca tinha tido saudades. Nunca tive saudades, porque não conhecia, mas acho que agora vou sentir muita falta dos distribuidores dos sacos de plástico no aeroporto. Toda a gente sabe que só se podem levar 100ml de cada líquido e têm que ir num saco. Qual não foi o meu espanto: tinha que pagar 1 (um) euro. O segurança explicou que saem 2 sacos mas só podemos usar 1. Então porque não pôem 1 a 5o cêntimos? Ou melhor, porque não os dão de borla?? Eu acho que o Aeroporto de Zurique é uma máquina de fazer dinheiro, mas nem lá há o descaramento de pedirem dinheiro por esses sacos. 1 EURO?? O segurança foi simpático e deu-me um saco que lá tinha, pois até nas moedas a máquina é esquisita, só aceita 1EURO. E fui eu durante um bom bocado a perguntar a ninguém: 1 euro? 1 euro? Como é que nós não vamos ter saudades disto? Eu terei.

PS. Quando cheguei cá, apercebi-me que já tinha saudades de me armar em snob, mas é mais forte do que eu! Não consigo chegar e ficar indiferente ao que vejo...

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Vou para onde?

Ao ler o link desta notícia, pensei que era em Espanha. Esqueço-me sempre que alcalde é a palavra em castelhano para o cargo em qualquer lugar do mundo e não só na terra de "nuestros hermanos"...
Pensei para comigo "Que vou eu fazer amanhã para Portugal? Será que vou realmente para Portugal?!?". Podem não ser questões políticas o móbil deste crime, mas dá que pensar... como é que uma pessoa assim se candidata a presidente do que quer que seja? Podem vir com o argumento que isto não se prevê. Será?? Pelo que vi na net, a campanha foi "atribulada", será que não dava para ver qualquer coisa? Mesmo que não desse... onde estão os valores deste país??? Eu ligo pouco ou nada à religião à qual oficialmente pertenço, mas eles dizem lá uma coisa que eu concordo: "Não matarás.". E se bem me lembro também faz parte da lei humana.
Sim, eu sei que assassinatos há todos os dias e em todo o lado, mas que choca (ainda mais) ver a notícia num jornal espanhol... choca. E tento eu fazer campanha positiva do nosso país junto dos meus colegas... :S

A ver como correm as minhas (quase) duas semanas de férias "no jardim à beira mar plantado", a ver se não lamento os 350 francos do bilhete...

domingo, 11 de outubro de 2009

A realidade que supera a ficção...

Ontem estava previsto vermos um filme, mas nunca pensámos que seria ao vivo e a cores. Estávamos à espera do resto do pessoal quando chega uma a dizer que o 1.º andar do prédio em frente estava a deitar fumo da janela. Esta pequena tragédia (foi só a cozinha que foi com os porcos) fez-me ver três coisas bastante interessantes. Do meu ponto de vista, uma é positiva, outra é negativa e outra é engraçada.

A positiva é que os suíços não têm sangue de barata.Na casa da minha colega houve alguma histeria para chamar os bombeiros e avisar os restantes moradores do prédio. Fiquei satisfeita por saber que, afinal, eles também se interessam pela vida e bens dos outros. Podem não ser todos, mas aqueles que se juntaram ali já eram bastantes para me deixar feliz.

O engraçado da história é que, tal como em Portugal, a vizinhança veio toda a correr ver o que se passava, até fotografias tiraram. Pensei para comigo: "A classe dos vouyers também existe aqui! Quem devia estar aqui era a Cristina B. para ver que o gosto pelo bizarro, pela tragédia, move, nem que seja por momentos, as pessoas!". (Cristina B. foi a minha professora de ética na faculdade e que disse que eu estou errada quando afirmo que toda a gente se interessa em algum momento da sua vida, com mais ou menos intensidade pela tragédia. Eu não concordo com a senhora...)

A coisa triste é numa comparação feita com Portugal. Para um curto-circuito que não chegou a fazer labaredas foram mobilizados os seguintes meios: 2 carros de polícia, uma grua dos bombeiros, dois camiões de material, também dos bombeiros, e uma carrinha que trouxe reforço de cerca de 5 homens. Havia um miúdo que dizia: "Mami, vier Wagen!" (mamã, quatro carros!) e eu só pensava: "São mais, meu lindo, tu não consegues ver tudo." Eu estava muito aflita por saber que a família da casa estava de férias. Eu sei o que é regressar de férias e ter a casa destruída e estava quase a chorar por gente que não conhecia. Quando disseram que era só a cozinha, fiquei mais descansada e dei comigo a apreciar os movimentos dos bombeiros, a analisar o que faziam, o que usavam. De relance vi motosserras, machados e mangueiras num número que nunca pensei que coubessem em dois camiões daquelas dimensões... dos dois camiões saíram uns holofotes que cegaram por momentos todos os que estavam presentes. Todos os bombeiros tinham capacetes e máscaras com as respectivas botijas de oxigénio. Não é preciso explicar porque fiquei triste fazendo comparação com Portugal.
É preciso dizer que nada disto é gratuito. Dos impostos, uma fatia é para os Feuerwehrmänner (bombeiros). E caso aquela família não tenha a casa no seguro... está tramada pois terá que pagar a deslocação daqueles meios do seu próprio bolso, coisa que, diga-se de passagem, não é assim tão barata. Mas foi o que eu disse hoje à minha mãe... é bom saber que o dinheiro ainda dá para pagar os impostos para os soldados da paz e que quando eles são precisos eles estão lá (em meia hora viu-se que havia fumo, chamaram-se os bombeiros, montou-se toda a parafernália e diagnosticou-se o problema. Resolver demorou mais, mas eles não são deuses!!).
Os bombeiros e os elementos do INEM (ou equivalente) são os meus heróis, admiro-os pela coragem de se meterem à frente do fogo, pela coragem de apanhar pedaços de um corpo de um bêbedo que se espetou na traseira de um camião. Mas, acima de tudo, no que respeita aos portugueses, admiro-os por conseguirem fazer o seu trabalho com uma falta de meios completamente absurda e desapropriada para um país que se diz de primeiro mundo!

No fim, acabámos a ver uma comédia romântica que metia uma mulher em coma e um homem deprimido pela morte da esposa e que no fim foram salvos um pelo outro e viveram felizes apra sempre...

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

O Outono chegou! :D

Gosto muito do Verão. Tive um óptimo Verão por estas bandas. E apesar de significar que vou ficar sem trabalho, estou muito feliz por o Outono ter chegado. Esta semana andou a mostrar-se lentamente. Na segunda esteve um dia morno, com nuvens e ameaças de chuva. Depois foram caindo uns pingos e parecia que vinha lá de vez. Mas ontem a metereologia deu uma reviravolta e foi o dia mais quente de um Outono desde que se mede a temperatura na Suíça!!
No entanto, acho que hoje a estação das castanhas veio para ficar. Está a chover e sabe-me bem ouvir o barulho da água a cair nos andaimes que ainda estão à volta do meu prédio... :D



Foto: aqui.

Sem Stress!

Rap, para mim, sempre foi em francês. Não tenho nenhuma explicação (lógica ou completamente absurda) para isso, até porque o meu francês é pior que o meu chinês. Simplesmente gosto. E passou-se isso mesmo com Stress, um moço que veio da Estónia para a Suíça com 12 anos. Cresceu num cantão do sul e canta em francês. No entanto, pode ouvir-se alemão e/ou inglês em algumas das suas músicas. Comprei o último cd dele mais pelo título do que por outra coisa qualquer. Mesmo com francês muito fraco consegui achar interessantte um título como De Rois, des Pions et des Fous.
Gostei do cd e procurei mais coisas dele. Encontrei esta que também me agrada muito...
Algo bastante interessante é que a música foi usada por uma cadeia de supermercados numa campanha de sensibilização para os problemas do meio ambiente.



Nada mais do que música de intervenção... :)

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

I'm the queen of my castle

Faz hoje 10 anos que eu disse ao rapaz de quem gostava que ele tinha umas botas feias(uma abordagem um tanto ou quanto questionável, mas que o moço tinha péssimo gosto para calçado... tinha!). Também sei que ouvi esta música.
Não me esqueço, porque apanhei uma bebedeira daquelas!! Aqui a imbecil resolveu misturar antidepressivos com cerveja. O que uma pessoa faz com 16 anos!!
Mas essas tristes figuras deram numa alegria para o meu professor de português. Desencalhei da descrição do Ramalhete e li o livro de um fôlego. O que eu chorei com a morte do avô. Foi por esta altura também que comecei a fumar e a ter ideias parvas.
Durante muito tempo, OS Maias foi O livro. Anos mais tarde, tive o prazer de ler As Vinhas da Ira e mudei de opinião. Do mesmo modo que deixei de tomar antidepressivos, de beber e de fumar.
Mas mantenho o gosto pela música electrónica, a raiva ao Carlos da Maia pela morte do avô. E as ideias parvas.
Como eu li hoje num blog (parece que quem citou António Manuel Pina estava a adivinhar): "nunca serei a mesm[a] nem serei diferente" e sinto-me feliz assim.


Viva la Vida ou as dúvidas que me perseguem

Por vezes, pergunto-me se os meus amigos terão morrido. Literalmente. Metaforicamente, pergunto-me se nasceram. E a minha, cada vez maior, arrogância faz com que eu cada vez mais me preocupe menos com as duas perguntas.




So come over, just be patient and don't worry.

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Adorooooooo-os!!!

Há uns tempos vi uma foto deles no jornal e achei um pouco despropositado... nunca os tinha associado com a versão rock'n'roll de Umbrella que passava na rádio. Quando descobri a versão de uma música da Katy Perry é que se fez luz na minha cabeça. Demorei, mas descobri que afinal a imagem deles estava bastante adequada.
Ainda não tive muito tempo para os "estudar", para saber, por exemplo, de onde são. Mas deixo aqui uma coisa de qual gostei. Sem dúvida, será, quando tiver tempo para o fazer, a minha próxima compra...

Fica aqui uma amostra, mas aconselho a procurarem mais no youtube...

O tamanho conta

Ainda não percebi bem porquê, mas a minha mãe, há pouco, andava com uma nota de 5 euros na mão. No gozo, resolvi cravar-lha. Embora eu não precise dela por estas bandas, ela deu-ma. Quando a agarrei fiquei parva. Parecia que estava a agarrar numa nota de brincar. Estou já tão habituada aos francos que estranhei! Mas só às notas! Já as moedas serão eternamente um pesadelo porque são todas iguais...

Dei-me ao trabalhho de medir uma nota de 10 francos (a nota de valor mais baixo a circular cá) e compará-la à nota de brincar... são 12,6cm x 7,4cm contra 12cm x 6,2cm. Parece que não é muito, mas nota-se imenso a diferença.


Apesar de achar as notas de euro bonitas e dos antigos escudos também. Os francos sempre me fascinaram. São as cores fortes, é o facto de terem quatro línguas, é o design, é o valor delas (a mais pequena vale pouco mais de 5 euros, mas a maior vale à volta de 600 euros!), e sei lá mais o quê....

As minhas favoritas são as de 100 francos porque têm o trabalhho de Alberto Giacometti e umas antigas de 1000 francos. Tinham formigas. Eram tão fixes!!

Para o ano parece que voltam a mudar. Acho matêm as cores, a ver o que vem por aí... se não perderem valor... já está bem para mim!


A imagem não é grande coisa, mas foi a única que encontrei no Money Museum. Museu suíço, como não poderia deixar de ser...